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Opinião|Nunca abandone seu pet

O mundo, estarrecido diante dos ataques da Rússia à Ucrânia, tem um minuto de respiro quando vê as imagens dos ucranianos deixando suas casas junto dos seus animais de estimação. Logicamente, para pessoas como eu, que sob nenhuma circunstância deixaria seu pet para trás, é reconfortante ver que eles não foram abandonados.

Atualização:

Trazendo nosso olhar para perto, nos deparamos com os cerca de 30 milhões de animais à espera de um lar, hoje, no Brasil. A situação das ONGs e dos protetores independentes é preocupante, pois o número de cães adotados não vence os resgatados.

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Pelo menos, o ano de 2022 começou com três ações de grande impacto midiático mostrando a importância da posse consciente, o fim do abandono e os benefícios da adoção. A #adocaoprojetada, Cãodulas e o time do América com cães resgatados em Brumadinho merecem nossos aplausos. Quem sabe ainda podemos ter alguma fé na humanidade?

Pets projetados em tamanho gigante no edifício Anchieta 

A esquina das avenidas Consolação e Paulista durante o final de semana dos dias 21 e 22 de janeiro esteve mais bonita. Do pôr do sol às 23h59, a imagem dos cães SRD Alcione, Bob, Lucila e Sasha e dos gatos SRD Biba, Matheus, Miguel e Poseidon foram projetadas em tamanho gigante na lateral do edifício Anchieta, que tornou-se uma grande tela de cinema. A ação que ganhou o nome #adocaoprojetada foi patrocinada pelo NexGard e Frontline. A carinha dos pets projetados estão para adoção na Ampara Animal

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Alcione no edifício Anchieta em SP à espera de um lar. Foto: Cris Berger

Cãodulas no Rio Open 2022

Em fevereiro, no Rio Open 2022, que ocorreu no Jockey Club do Rio de Janeiro, os cães Kadu, Flora, Lua, Felipo, Luna, Ferdinando e Fred ganharam o título de "Cãodulas", a missão deles era buscar as bolinhas de tênis durante o bate-bola dos jogadores do torneio. Eles foram resgatados pela ONG Patinhas Anônimas e a ação orquestrada pela Premier Pet.

Kadu, um dos cãodulas. Foto: Divulgação

Cães de Brumadinho na Arena de BH

Outra ação que ganhou a atenção do público foi a dos cães resgatados em Brumadinho, após o rompimento da barragem B1, que entraram no campo da Arena Independência em Belo Horizonte com o time do América na quarta rodada do Campeonato Mineiro. Beca, Dudu, José, Arlete, Fred, Mickey, Miudinha, Roliço, Sossego, Jade e Tequila são os 11 dos 299 animais que estão sendo cuidados pela Vale e podem ser vistos e adotados pelo www.vale.com/melevapracasa

Equipe do América com os cães resgatados em Brumadinho. Foto: Vinni Silva

Saldo positivo

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Nem todos os animais expostos no edifício Anchieta, nas quadras do Rio Open ou no campo da Arena de BH foram adotados, mas o resultado é analisado como positivo pela conscientização da causa: "As ações têm um grande impacto na mídia, o simples fato de falar sobre adoção e mostrar a realidade de quantos animais existem abandonados esperando por um lar, tem um impacto positivo, pois estamos tentando conscientizar as pessoas sobre a importância da adoção e não da compra. Com tantos animais nos abrigos, não tem porque estimular o comércio de vendas de animais, que na maior parte das vezes é cruel e inescrupuloso", comenta Rosangela Gebara, gerente de projetos da Ampara Animal que tem 530 protetores independentes e ONGs cadastradas. 

Realidades das ONGS no Brasil

 A maioria das ONGs estão com a capacidade máxima completa. Muitas já ultrapassaram. Os animais chegam até elas em estado de total vulnerabilidade: alguns atropelados, outros vítimas de maus tratos. Sem falar nas fêmeas prenhes ou com filhotes recém nascidos, que são abandonadas na porta das ONGs. 

 Na quarentena, as feirinhas de adoção foram suspensas e o voluntariado diminuiu. Apesar do aumento da adoção no começo da pandemia, ao longo dela, os casos de abandono foram ainda maiores. 

Os filhotes são os mais adotados. Animais pretos, de grande porte, adultos, idosos ou SRD são os menos procurados e muitos passam a vida inteira sem encontrar um lar. O custo por um cachorro varia entre 250 a 450 reais. E de um gato de 180 a 200. Agora, multiplique. 

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O programa "Adotar é tudo de bom" da Pedigree, que está dentro do trabalho executado pela Ampara, tem 34 ONGs afiliadas em 8 estados brasileiros, recebeu 151 toneladas de ração, em 2021, e o melhor: gerou 2.627 adoções através de 1.400 eventos.   

Quem não pode adotar, tem como ajudar apadrinhando um animal, doando suprimentos, sendo voluntário ou sendo lar temporário até ele encontrar uma família definitiva.   

Não abandone

Pense antes de decidir ter um cachorro, analise seu tempo e situação financeira, os animais não são descartáveis. Se possível, adote. A Ella (minha sócia pet neste blog e Guia Pet Friendly) foi adotada. Se for comprar, escolha um canil sério com boas referências e jamais compre pela internet ou feirinhas, pois estes animais podem ser fruto dos criadores clandestinos o qual submetem as matrizes (cachorras) à uma vida lastimável onde são descartadas.  

Nunca abandone! O fato de mudar de casa ou até mesmo de país não justifica se desfazer de uma vida. Mesmo em tempos de crise, busque ajuda, mas não deixe para trás um cão ou gato que ama e depende de você.

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E, claro, lembre-se de todos os benefícios que um animal de estimação oferece: baixa a pressão arterial, diminui a ansiedade, elimina a sensação de solidão e reduz o estresse e a depressão. A troca de afeto com um pet estimula a produção de ocitocina, o hormônio do amor e bem-estar.

Opinião por Cris Berger
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