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Opinião|De volta à fase vermelha, pets são fundamentais como apoio emocional

Lembro de quando achávamos que seriam apenas 15 dias de quarentena. Fechei a porta do meu escritório no Spaces no dia 17 de março de 2020 com um nó na garganta. Passava cândida em casa de forma desenfreada - a Ella, minha sócia pet na coluna, acabou intoxicada. Foi então que entendi que tudo que importava era estarmos juntas e com saúde. Parei de reclamar da solidão imposta pelo isolamento social e senti paz.

Atualização:

Quase um ano se passou e São Paulo entra, novamente, na fase vermelha. Mesmo não sendo um lockdown radical, esse necessário passo atrás assusta. E lá vêm os pets sendo nossos apoios emocionais.

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O Toefl, por exemplo, chegou à casa da aposentada Clarice D'Alloca, de 80 anos, dias antes de a pandemia ser decretada. Isolada dos familiares, foi o cãozinho que fez com que ela voltasse a se sentir útil. Toefl é paparicado: uma portinha extra foi acoplada na porta da garagem para que tivesse acesso ao quintal da frente da casa, pois gosta de ver o movimento da rua. Quando precisa ir à feira comprar maçã, pede que sua filha faça companhia para ele, pois não gosta de ficar sozinho. A maçã é para o Toefl, claro. "Ele é meu companheiro, meu protetor e minha alegria"" afirma dona Clarice.

Fernando e Flavia com os gatos Guido e Frida: mais amor depois do isolamento. Foto Arquivo Pessoal 

A relações públicas Didi Finamore aprendeu com a border colie Estrela que podemos nos adaptar quando há amor. A Estrela veio morar em um apartamento no bairro paulistano de Moema no fim de 2019. Antes, estava em um sítio onde corria atrás de cavalos. "Ela me ensinou a viver no presente, a aceitar o que ele apresenta. Substituiu os cavalos pela bola, a liberdade por 24 horas grudadas em mim", desabafa, emocionada. Graças a ela, Didi superou a crise de pânico por ter perdido o emprego.

A empresária Silvia M. Lobo fez um livro de fotos da sua cachorrinha Sansa com os principais momentos da reclusão, quando se sentiu presa, entediada e perdida. "Enquanto tentava me equilibrar mentalmente, pegando meu solzinho na varanda, ela vinha e sentava comigo, como quem diz: 'estamos nessa juntas. Está tudo bem'", relata.

Já a dupla de gatos Guido e Frida, do fotógrafo Fernando Cavalcanti e da jornalista Flávia Guerra, transformou a casa deles. "Surgiu uma nova relação com nossos gatos. Com mais tempo, atenção e afetividade. Um universo que sempre esteve lá e eu nunca tinha relaxado o suficiente para apreciar. Dois gatos adotados, que nos resgataram do mar de angústias e incertezas da pandemia", diz Fernando.

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É JORNALISTA, FOTÓGRAFA E AUTORA DO GUIA PET FRIENDLY

Opinião por Cris Berger
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