João Fernando
22 de março de 2014 | 00h13
João Fernando
Até Drácula tem crises existenciais
A produção de Drácula é boa, não há como negar. Estão lá os cenários deslumbrantes, figurinos caprichados, rostos conhecidos do elenco e até boa direção de fotografia e de arte de qualidade, mas falta algo para a história ficar empolgante. Por mais que tenham criado uma história que vai além da obra de Bram Stoker, o autor irlandês que ajudou a deixar o vampiro icônico, os produtores um personagem batido na ficção.
O primeiro episódio da série, exibida pelo Universal Channel todas as quintas, tem as explicações necessárias para a trama, mostra como Drácula saiu e um castigo e voltou à ativa. O ritmo até que não foi tão lento, pois o capítulo desenrola trama – não deixa de fora uns pescoços mordidos e rastros de sangue que não poderiam faltar – com ganho para o segundo. Entretanto, não fisga a atenção do telespectador.
Talvez o excesso de carão do protagonista ajude a desanimar quem está assistindo em casa. Os olhares clichês de vilão, as vozes graves do personagem e de quem contracena com ele dão um tom exagerado e previsível. Mesmo em um tempo quem os vampiros têm outras habilidades e poderes, como os da saga Crepúsculo e The Vampire Diaires, o Drácula da série poderia se garantir apenas pela narrativa. Para dar um gás, a série deveria ter histórias interessantes entre seus personagens coadjuvantes, que, por enquanto, não seguram a onda.
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