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Flavia Guerra

Quem lê tanta notícia 2. Ou É o fim dos jornais?

Prólogo:

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Por Flavia Guerra
Atualização:

A discussão abaixo é antiga. Mas continua atual. E tudo indica que será interminável... eterna...

 Foto: Estadão

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Londres

Vejam só... Este blog, ainda que esteja sob prestigioso e compromissado guarda-chuva do Grupo Estado, é, obviamente, a expressão da leitura pessoal que a blogueira aqui faz do mundo. E de Londres.

E , apesar de estar comprometido com a verdade, ou o que pensamos o que seja a verdade, não trata de um estudo estatístico, jornalístico no sentido de publicar 'matérias perfeitas'. E ainda que o fosse, está sujeito a erros. Porque é um blog e fonte de comentários meus. Comentários, opiniões, crônicas e imperfeições em prosa. E eu, vejam só, erro. E muitas vezes estou mais preocupada em passar a atmosfera que se respira diante de um fato do que os números e informações acuradas sobre o que se passa. E o que pode ser lido com precisão cirúrgica, e jornalística, pode ser encontrada todos os dias com segurança em muitos bons jornais. E certamente no Estadão em que escrevo. Na versão impressa e online.

E, quando erro, vem sempre um leitor me advertir. Ainda bem! Porque não há nada melhor para um blog que a discussão que ele provoca entre o blogueiro e os leitores. Uma das grandes qualidades do blog é acabar com a relação engessada entre 'o jornalista', 'o veículo' e o 'o leitor'. A meu ver, transformar toda a comunicação em algo mais horizontal e menos hierárquico traz ventos de vera democracia de pensamentos.

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E vejam só... Uma grande amiga. Uma das jornalistas mais talentosas que eu conheço, me disse assim ontem: "não dá para lamentar o fechamento de um jornal do Murdoch, né. Se vc esqueceu, é o cara da Fox News e do Times. Existe essa discussão faz tempo se jornal gratuito é ou não um bom negócio, e Mr. Murdoch avaliou que não." Então... Não dá para discordar da amiga. Antenada e politizada e sensata que ela é, tem sua razão de não lamentar o fato. O mesmo Murdoch 'é o Keith Rupert Murdoch, o cara' que 'manda' na News Corporation, que manda no The Times, no The Sun, na Fox News, no New York Post, no My Space e... no London Paper...

 Foto: Estadão

O mesmo Murdoch, o mesmo grupo, aliás, manda na Sky, a TV Sky, um dos maiores grupos de mídia do globo. Dominante em TV a cabo na Inglaterra, aliás. E um dos poucos grupos de mídia a confrontar abertamente Mr. Silvio Berlusconi, ao lado do L'Espresso que está em guerra contra o presidente italiano. Não que a Sky italiana o faça por somente nobreza de caráter. Há mais mistérios, e interesses midiáticos e empresariais, entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia de leitor, espectador, jornalista... Bom, assim é o mundo. E o ofício de jornalista não deixa de ter sua nobreza por estar condicionado a grupos de mídia. Afinal, mídia, por princípio e definição, deveria ser sempre o meio pelo qual os interesses e opiniões dos cidadãos e/ou leitores deveriam chegar a seus fins. E daí em diante.

Enfim, Murdoch e seu grupo estão longe de levantar sem máculas a bandeira dos preceitos iluministas que fundaram o jornalismo e a comunicação social. Não era para discutir o quanto, infelizmente, nem tudo é tão preto-no-branco no mundo da informação. Não era para afirmar que informação é poder. E um bem raro quando bem apurada, informada. Não era para afirmar que jornais não devam ser muito justamente comprados e pagos por quem quer ter acesso à informação de qualidade. Era mais para pensar no quão triste é ver que cada vez mais o mundo assiste ao Big Brother e lê menos. Que seja o London Paper, o Estadão, o New York Times, o La Reppublica, o Guardian... Mas, como diz Ziraldo, ler ainda é mais importante do que estudar.

A amiga jornalista deixou também um link de uma matéria do New York Times, cujo conteúdo, aliás, pode ser acessado gratuitamente:

http://www.nytimes.com/2009/09/21/business/media/21papers.html?_r=1&scp=2&sq=murdoch%20free%20paper&st=cse

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Esta sim faz pensar....

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