PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Flavia Guerra

Londres parou para ver a banda do Brasil passar

Brasil 2 X 0 Italia

Por Flavia Guerra
Atualização:

Londres Após meses de ausência, de toneladas de neve e de tumultos por conta da tal da crise mundial, este blog se levanta novamente para ilustrar a partida que reuniu, segundo os policiais londrinos, que hoje pararam para ver a banda do Brasil passar, ´o maior contingente de brasileiros (e olha que não são poucos) em um evento publico de Londres da historia recente´.

PUBLICIDADE

Brasil X Itália era o tal do evento. Caos no metro, estações fechadas, desvios, um frio de 0 graus celsius que castigava ate o mais otimista dos jogadores. O cenário era muito diferente, mas a animação era a de sempre. Um torcedor brasileiro quase arrumou briga com o italiano porque não conseguia assistir ao jogo sentado. Um outro achou a salsicha de porta de estádio (que saudade do pernil da porta do Maracanã) muito sem gosto. A torcedora, que conseguiu se ´por bonita´ mesmo sob as toneladas de roupas, achou o banheiro do Arsenal muito menos `pobre, mas limpinho` que o do Morumbi em dia de Corinthians X São Paulo. E o Nigeriano exibia feliz seu cachecol verde-e-amarelo. E o paquistanes passou mais tempo assistindo ao espetaculo da torcida que o do campo.

Ha quem sempre vá dizer que futebol é o ópio do povo. Ha quem diga que é pura magia. Ontem, não foi nem uma nem outra. Foi amistoso. Entre provocações de ambas as partes, italianos, brasileiros e simpatizantes provaram porque ainda se enfrentam maratonas para ver Robinho e cia entrarem em campo. Em dia de Dorothy, esbanjando sua chuteira vermelha, Robinho provou ja no primeiro tempo porque o futebol brasileiro ainda reúne do mesmo lado nações tão adversas. No segundo tempo da partida, quando o Brasil perdeu um pouco da ginga e a Itália literalmente entrou de sola, os ´carcamanos´ amigos (com todo respeito que a brincadeira preconceituosa hoje é feita até por quem, como esta que vos escreve, leva o sangue pazzo nas veias) admitiram que perderam.

Perderam a chance de também mostrarem o belo calcio que já tiveram (e ainda têm, ainda que bem escondido) e gastaram mais as chuteiras batendo pesado nos adversários canarinhos. Por fim, de volta aos vagões caóticos dos metros londrinos, os ´fratelli di Italia´ pararam para cantar e ´ouviram do Tamisa, as margens nem tanto plácidas, de um povo ainda heróico o brado retumbante: Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor.

PS: Este relato não é um tratado sociológico acadêmico, muito menos um tratado esportivo. É o relato pessoal, apaixonado, e deslumbrado (sim!), que ecoa a voz de milhares de outros tupiniquins, ou não, que se abalaram hoje para, simples e simploriamente, deixar-se entorpecer pela magia deste mistério chamado futebol.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.