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Flavia Guerra

Greve do Tube? Vou de barco? Ou compro uma bicicleta?

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Por Flavia Guerra
Atualização:

Londres

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"Londres teve uma semana de São Paulo. Isso serve para os londrinos aprenderem que tudo sempre pode piorar", brincou (ou não) o estudante brasileiro na terça à noite, quando resolveu fazer a pé o caminho que sempre faz, em cinco minutos, de metrô. "Levei uma hora para fazer o mesmo percurso. Esta cidade está digna de São Paulo em dia de greve e chuva", completou o 'commuter' brasileiro.

Commuters são, grosso modo, o que poderíamos chamar de usuários do transporte público. Mas quem 'commuta' geralmente tem de trocar de linhas, 'to commute'. O commuter em geral sai de sua casa no subúrbio de manhã e tem de trocar de linhas, meios e caminhos para chegar ao trabalho. Baldear enfim...

O motivo do desespero dos commuters londrinos nesta semana: greve. Greve dos metroviários.

Em uma cidade como Londres, em que 11 linhas coloridas cruzam entre si e se propagam por linhas do DLR (algo como o famigerado, e nunca 'alcançado' Fura Fila), do trem e das centenas de linhas do tradicional Double-Decker Bus (mudado a pedidos, mas que conste que 'o londrino de todo dia' prefere facilitar e falar, ainda que errado, doubledeckbus), uma Tube Strike (Greve do Tube, o metrô) causa arrepios até nos mais despojados súditos da Rainha.

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O desamparo em que se sentiram os moradores de Londres não atingiu somente os portadores do Oyster (uma maravilha da vida moderna que pode ser mal comparada ao Bilhete Único paulistano). Os Push-Bikers, os moto-bikers, os que andam a pé, de ônibus, de táxi... Ontem o assunto não foi o mau tempo. Até porque, apesar da tradicional chuva londrina, o tempo tem sido generoso e tem garantido domingos de sol no parque.

A greve levantou uma questão mais interessante: A bravura dos commuters.

Deu no London Lite (o 'must read' - tem que ler - jornal distribuído nas portas das estações de metrô). A bravura dos 'commuters' venceu a greve. Em vez de ficar em casa esperando a greve, e a chuva, passarem, os commuters se uniram e tiraram suas bicicletas, patins de casa, pegaram carona, ônibus e barcos.

É... Se os problemas são os mesmos nas grandes cidades, as soluções por vezes são diferentes. Ou quase. O londrino, ao menos, pode optar pelo serviço público de barcos que circulam pelo Tâmisa diariamente. Numa demonstração de solidariedade, o prefeito Boris Johnson (que vai trabalhar pedalando todos os dias) ontem resolveu se unir ao usuários dos barcos que fazem a linha Tower Bridge - Canary Wharf. Enfim, quem não tem tube, vai de barco. Ou compra uma bicicleta.

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