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Uma questão de gosto

Por Estadão
Atualização:
 Foto: Estadão

Uma coisa que gosto em Isabeli Fontana são os olhos azuis. Uma coisa que eu não gosto é o fato de ela ter namorado

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Dizem que a gente é o que a gente faz, mas acho que o correto seria dizer que a gente é o que a gente... gosta. E o que a gente não gosta, claro. Não estou falando de temas gerais à maioria dos seres humanos, como homens que gostam de futebol ou mulheres que gostam de fazer compras.

Estou falando de gostos pessoais mesmo, aquelas coisinhas do seu dia-a-dia que revelam sua personalidade de maneira muito mais precisa e exata.

Dizer que há gostos que pertencem a uma pessoa só é difícil, quase impossível. Por mais que você se ache solitário na árdua tarefa de colecionar cartões-postais com fotos de pandas pintados como os caras do Kiss, pode ter certeza que há outros como você por aí. É só procurar - isso se você realmente achar que vale a pena encontrar gente assim.

Apesar de não existirem gostos 100% únicos, dá para descobrir muito sobre um homem que a-do-ra se vestir de mulher, por exemplo, assim como é possível ter certeza absoluta de que uma pessoa que gosta de maltratar animais é um idiota. Seguindo essa fórmula - somando o que se gosta e subtraindo o que não se gosta -, chegamos a uma pessoa realmente única: você.

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Para tentar comprovar na prática a minha 'teoria dos gostos', resolvi sair por aí perguntando para alguns amigos o que eles gostam e o que eles não gostam. O resultado foi bastante curioso.

Comecei comigo, para evitar críticas. Eu gosto de estudar o comportamento sociobiológico dos macacos. Eu gosto de tocar violão para minha filha. Eu gosto de comer leite condensado assistindo aos Simpsons. Por outro lado, não gosto de chamar uísque de 'uisquinho'. Não gosto de ouvir música sertaneja. E não gosto nem um pouco de sopa de ervilhas.

Claro que isso não é um resumo completo da minha vida, mas já é um começo. Uma amiga minha disse que gosta de escovar os dentes deitada na cama. Tudo bem. Essa mesma garota não gosta de gente com o cabelo muito arrumado. Tudo bem também.

Não perguntei as razões por trás de nenhum dos dois casos, pois minha teoria não tem a pretensão de tirar empregos de psicólogos e terapeutas. Ela só ajuda a desenhar um perfil de cada um de nós, baseado legitimamente em conceitos puramente emocionais. O que está além, debaixo disso, eu deixo para os profissionais do divã escavarem. Mas se algum desses psicólogos colocar minha teoria em prática, eu quero uma cota de direitos autorais. Afinal, outra coisa que eu gosto é pagar as contas em dia.

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