PUBLICIDADE

Rock and roll na Vila Madalena

Por Estadão
Atualização:
 Foto: Estadão

Duas bandas internacionais se apresentaram ontem em São Paulo. No Via Funchal, os teen-rockstars do McFly; no Credicard Hall, os veteranos ingleses do The Cult.

PUBLICIDADE

Por gosto pessoal, optei pelo The Cult. E não me arrependi: apesar do vocalista Ian Astbury não estar em seus melhores dias (ele parecia meio desanimado, resfriado talvez), o guitar hero Billy Duffy mostrou mais uma vez por que é um dos grandes guitarristas de rock da Inglaterra. Ele não é o cara mais rápido do mundo; também não é o mais melódico. Mas Billy Duffy toca como um guitarrista de rock deve tocar: solos fortes e precisos, bases mortais de rock and roll, riffs destruidores. Sem ser misógino, diria que guitarrista 'macho' é assim: guitarra Les Paul à tiracolo; volume e distorção no 10. E muita pose, claro, porque na banda de rock perfeita os guitarristas têm que oferecer um contraponto aos vocalistas, normalmente mais iluminados pelos holofotes. Pelo menos ontem à noite, Billy Duffy engoliu Astbury e foi a grande estrela da noite. Merecidamente, aliás.

Saí do show com os amigos e fui tomar uma última cerveja no Filial, na Vila Madalena. Entre eles estava o jornalista Miguel Icassatti, que também escreveu sobre a noite de ontem no blog dele, o Boteclando. E quem eu encontro chegando no Filial? Os caras do McFly, acompanhados por uma amiga minha que está filmando a viagem deles pelo Brasil.

No Filial, onde a faixa etária é um pouco mais velha, o guitarrista/vocal Danny Jones e o baixista Dougie Poynter não atraíam tanto a atenção. São uns garotos de vinte e poucos anos (talvez menos), legais e divertidos. Começamos a conversar sobre rock and roll e disse que estava no show do The Cult. "Quem é The Cult?", perguntou Danny, vocal e guitarrista do McFly. Achei estranho, até porque os caras são da mesma cidade (Manchester). Ele tentou justificar dizendo que gostava de outro tipo de som, Pink Floyd e AC/DC, coisas assim. Então tá.

Entre um chope e outro, olho para a porta do bar e vejo o quê? Os caras do The Cult chegando. Infelizmente não estavam lá nem Ian Astbury nem Billy Duffy, mas o resto da banda (o baixista Chris Wise, o baterista Joey Tempesta e o guitarrista base Mike Dimkich) pegou logo uma mesa e começou a pedir um chope atrás do outro.

Publicidade

Joey Tempesta (que nome maravilhoso para um rockstar, não?) é um baterista que já passou por diversas bandas de peso, como Exodus, Testament e White Zombie. Conheci Joey em Los Angeles em 1995, quando ele tocava no White Zombie, banda que ensaiava no mesmo complexo de estúdios em que o Viper gravou 'Coma Rage'. É um cara gente boa e um baterista fantástico, que toca com precisão tanto o hard rock do The Cult quanto o thrash metal do Testament. Foi bem diferente reencontrá-lo no Filial, um lugar bastante fora do contexto heavy metal...

Na mesa ao lado, meu amigo Victor Birner (jornalista esportivo) batia um papo com o Dr. Sócrates, craque do Corinthians e da Seleção Brasileira nos anos 80. Ou seja, o Filial parecia um zoológico cultural, com representantes do rock and roll e do futebol. Enquanto os caras do The Cult e do McFly trocavam e-mails, pedi a conta e fui embora à francesa, antes que quisessem organizar uma mesa redonda sobre rock and roll.

 Foto: Estadão

McFly: Tom Fletcher (Guitarra/Vocal/Piano), Dougie Poynter (Baixo), Harry Judd (Bateria) e Danny Jones (Guitarra/Vocal)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.