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Ex-colegas, sempre amigos

Por Estadão
Atualização:
 Foto: Estadão

Vanessa Hudgens: Na minha classe do ginásio não havia nenhuma aluna como a atriz de 'High School Musical'. Que pena... (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)

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Uma amiga organizou há alguns dias uma reunião de ex-colegas da escola (valeu, Adriana) e foi ótimo reencontrar todo mundo. Quer dizer, quase todos, já que alguns não foram localizados (Peter Paul, cadê você?), outros deram o cano (né, Raul?) e vários simplesmente ficaram de fora por diversas razões.

Apesar de não encontrar muitos deles há vinte anos, eu já sabia o que ia encontrar antes mesmo de chegar lá: o cabeludo, quem diria, teria ficado careca; a garota mais linda da classe engordara trinta quilos; o nerd de óculos seria hoje um megaempresário.

Foi quase isso, apesar dos exemplos não serem exatamente esses (não posso citar os casos verdadeiros pois correria o risco de não ser convidado para a próxima reunião). As perguntas entre nós também foram óbvias: 'O que você anda fazendo?', 'Casou?', 'Separou?' , 'Tem filhos?', etc.

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As respostas, porém, foram diferentes do que eu esperava. Acho que porque na minha cabeça aquelas pessoas ainda estavam no mesmo lugar onde as deixei vinte anos atrás, crianças sem a menor noção do que o destino lhes reservaria. Não, o garoto bom de bola não virou jogador de futebol; não, a menina que parava o corredor não se tornou modelo internacional. Surgiram tantas variáveis no caminho, tantas realidades possíveis e impossíveis, tantos futuros que não estavam escritos naqueles antigos cadernos...

E, no entanto, são todos exatamente os mesmos indivíduos, os rostos daquela época em corpos ligeiramente envelhecidos. E isso foi o mais engraçado: pareciam apenas ter tomado um banho de tempo e trocado o figurino infantil pelas roupas com que seus pais iam buscá-los na hora da saída. Sim, muitos se parecem realmente com seus pais.

Não quero dar um ar de melancolia à festa, pelo contrário. Rimos muito lembrando como éramos ingênuos e idealistas. Me senti novamente no pátio do colégio durante o recreio, esperando o sinal tocar para voltar para a classe. Quando cheguei em casa, me olhei no espelho e estranhei não ver um garoto de uniforme, preocupado com a prova de biologia do dia seguinte. Ou melhor: para falar a verdade... eu vi esse garoto, sim. Ele ainda sou eu.

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