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Literatura infantil e outras histórias

Feira de Bolonha começa e homenageia o Brasil

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Por Bia Reis
Atualização:

A Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha 2014, uma das mais importantes para os profissionais do setor, começa nesta segunda-feira, 24, em Bolonha, na Itália, e termina no dia 27. Neste ano, em que o evento completa cinco décadas de existência, o Brasil foi escolhido para ser o país homenageado, o que coloca nossos autores em destaque. Com o slogan Um País Cheio de Vozes, esta edição da feira de Bolonha terá a exposição Brasil: Incontáveis Linhas, Incontáveis Histórias, com a participação de 55 brasileiros.

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No Acervo do Estadão encontrei poucas matérias antigas sobre a feira. Isso ocorre porque o evento ganhou relevância nas duas últimas décadas e a cobertura do jornal privilegiava lançamentos no Brasil e autores. Pouco se falava sobre o mercado e menos ainda sobre feiras estrangeiras.

Mas me deparei com uma reportagem de 12 de novembro de 1972, cujo título é A Perigosa Concorrência Estrangeira, que me parece bastante oportuna: ela revela o salto de qualidade que a literatura infantil e juvenil deu no Brasil e como o mercado brasileiro se desenvolveu desde então.

Na reportagem, Maria Alice Barroso, que então era diretora do Instituto Nacional do Livro (INL), fala sobre a baixa qualidade literária das obras que concorreram no 2º Concurso de Literatura Infantil realizado pelo INL. "Essa gente se desacostumou de escrever para crianças: não havia meio de editar os livros infantis de autores brasileiros", diz Maria Alice. Segundo a então diretora do INL, os editores recusavam os originais dos brasileiros por um motivo meramente comercial: o custo do fotolito. No exterior as tiragens eram grandes, o que barateava a produção, diferentemente do que ocorria no Brasil. Sem obras nacionais, a solução era importar. E as crianças brasileiras se acostumaram a ler Tio Patinhas e todo tipo de literatura importada. "A criança estava alienada do fabulário de seu país."

 Foto: Estadão

Felizmente, a situação mudou - e muito. A quantidade de escritores e ilustradores incríveis que temos hoje no Brasil é prova disso. Todos os anos, a feira de Bolonha prepara um catálogo com uma seleção de autores. Para conhecer o deste ano, clique aqui.

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E, apesar de o mercado ainda ter muito a evoluir, especialmente na relação com os autores, podemos comemorar.

Neste ano, 38 editoras farão parte da estande do Brazilian Publishers, uma parceria da Câmara Brasileira do Livro com a Apex-Brasil. São elas: Editora Autores Associados, Editora Ática, Bamboo Editorial, Brinque-Book, Callis Editora, Companhia das Letras, Companhia Editora Nacional Cortez, Cosac Naify, Editora Cuca Fresca, Dash Editora, Editora Dedo de Prosa, Duna Dueto Editora, DSOP, Edições Escala Educacional/Editora Lafonte, Editora Elementar, Fama, FTD, Girassol, Globo Livros, Hub Editorial, Jujuba Editora, Ledur Serviços Editoriais, Mar de Ideias, Mauricio de Sousa, Editora Melhoramentos, Editora Napoleão, Pallas, Panda Books, Editora Peirópolis, Editora Positivo, RHJ Livros, Editora Rideel, Editora Scipione, Edições SM, Solisluna, Todolivro, Editora Viajante do Tempo e Zada Editora.

Em conjunto, essas editoras esperam realizar um volume de negócios equivalente a US$ 330 mil (R$ 767,7 mil) em vendas de direitos autorais em quatro dias de feira. Se o valor se confirmar, haverá um crescimento de 18,5% nos negócios em relação ao ano anterior (US$ 273 mil ou R$ 635,1 mil).

Leia mais sobre a feira de Bolonha 2014 no Estante de Letrinhas:

Feira de Bolonha apresenta ilustrações de exposição anual

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