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Personagens à margem

No Festival de Cinema de Berlim, os filmes brasileiros levam às telas personagens que vivem à margem da sociedade.

Por Estado da Arte
Atualização:

por Camila Gonzatto

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O curta-metragem Rise e o documentário em longa-metragem Estou me guardando para quando o carnaval chegar trazem às telas populações periféricas.

Concorrendo ao Urso de Ouro, o curta-metragem Rise, da dupla de artistas Ba?rbara Wagner e Benjamin de Burca, foi filmado em espaços subterrâneos da Comissão de Trânsito de Toronto (Canadá). Em túneis e longas escadas rolantes, artistas imigrantes de primeira e segunda geração trazem em suas músicas temas ligados à própria condição social. A arquitetura impessoal desses lugares de passagem, filmada de maneira geométrica, acaba por acentuar a sensação de deslocamento e não pertencimento. A dupla irá representar o Brasil na próxima Bienal de Veneza.

Neoliberalismo cruel

O diretor Marcelo Gomes volta à Berlinale com Estou me guardando para quando o carnaval chegar, seu primeiro documentário. O filme é narrado pelo próprio realizador, que é também personagem. Gomes volta ao agreste, local de origem de sua família, e por onde quando criança viajava com o pai. O que encontra em Toritama é uma cidade transformada em uma máquina de produzir jeans. Entre fábricas e facções (fábricas de fundo de quintal), não há espaço para nada mais além das jornadas de mais de 12 horas. A maior parte das pessoas trabalha como autônomo, recebendo por sua produção, sem direitos trabalhistas. Os entrevistados se dizem felizes por serem donos de seu próprio tempo, o seu maior sonho é ter sua própria facção.

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