Cuba é um país cheio de antagonismos. No mesmo lugar em que a educação e a saúde têm índices de primeiro mundo, a estagnação econômica e a falta de liberdade política inspiram sonhos de fuga entre a população.
O quadro é complexo. Por isso, fica difícil esboçar um retrato do que, de fato, ocorre na ilha -principalmente em relação ao sentimento do povo cubano diante desse panorama.
No longa Últimos Dias em Havana, o cineasta Fernando Pérez aceita o desafio e demonstra, de maneira única, que, em Cuba, há bem mais do que dois lados.
A história é centrada na relação entre Miguel (Patricio Wood) e Diego (Jorge Martínez). O primeiro trabalha lavando pratos em um restaurante, enquanto espera pelo dia em que seu visto americano será emitido. Sua vontade é fugir de Cuba a qualquer custo.
Já Diego, portador do vírus HIV, definha em uma cama apesar de todo o tratamento a que se submete, acompanhado de perto por Miguel, seu único amigo.
Os dois, aliás, são bem diferentes. Diego é sarcástico, vigoroso e indiferente aos anseios de Miguel - cujo semblante triste lembra o de um prisioneiro.
Vivendo juntos em uma pensão, habitada por variados personagens - como uma senhora extremamente religiosa, e uma mulher que vive brigando com o marido -, eles revelam a diversidade social do país. E provam que a amizade supera tudo.
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