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Em 'A Odisseia de Alice', a vida de uma engenheira num navio só com homens

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Por Rafael Sousa Muniz de Abreu
Atualização:
 Foto: Divulgação.

Indicado ao Leopardo de Ouro no Festival de Locarno em 2014, A Odisseia de Alice chega ao País num momento significativo. Com uma secretária de políticas para mulheres que é evangélica e contra o aborto e um estupro coletivo em pauta nos noticiários, a protagonista do longa de estreia de Lucie Borleteau ganha ressonância ainda maior.

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É a atriz grega Ariane Labed que interpreta Alice, cujo papel lhe rendeu o prêmio de melhor atriz em Locarno. Deixando o namorado norueguês (Anders Danielsen Lie) em terra, a engenheira embarca em um navio para substituir Patrick (Jan Privat, cuja voz é de Luc Catania), tripulante morto durante uma expedição. Ela é a única mulher na embarcação, cheia de homens, e o clima é inicialmente agravado pelo fato de que o comandante, Gaël (Melvil Poupaud), é uma antiga paixão da moça. Enquanto lida com assédios explícitos e condescendências implícitas dos companheiros de viagem, ela mergulha nos diários de Patrick, que pintam um retrato da intimidade do falecido.

O feminismo de Alice não é panfletário ou didático - perpassa o filme como um todo, mas não chega a ser o tema central. Em outra camada, o longa, de planos por vezes vazios e silenciosos, retrata a personagem numa encruzilhada que extrapola as restrições impostas a seu gênero. Aborda da própria natureza do amor à fidelidade, passando pelo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

 

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