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Mostra do artista chinês Ai Weiwei reúne obras famosas e inéditas, na Oca

Considerada a maior mostra já realizada pelo artista plástico chinês, Ai Weiwei Raiz reúne na Oca, no Parque Ibirapuera, 70 obras que somam 500 toneladas e ocupam 8 mil metros quadrados. Na exposição, trabalhos emblemáticos de Weiwei, expoente da arte contemporânea, são expostos ao lado de obras inéditas, resultado de uma imersão do artista na cultura brasileira.

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Por Lucineia Nunes
Atualização:

Série 'Ex-votos'. Foto: Ai Weiwei Studio

Entre as 24 séries, produzidas com diferentes materiais em São Paulo, na Bahia e no Ceará, está, por exemplo, 'Ex-votos' (foto acima), na qual ele utiliza a referência religiosa para retratar sua própria história. Para o curador da mostra, Marcello Dantas (leia entrevista abaixo), a obra mais impressionante é 'Straight', uma instalação com 164 toneladas de ferro dos escombros de escolas de Sichuan, na China, que desabaram após o terremoto de 2008. "O material foi recolocado de forma reta, um a um", ressalta Dantas. Também são exibidas criações famosas, como 'Forever Bicycles', composta por mais de mil bicicletas. A mostra está no roteiro de inaugurações da semana.

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ONDE: Oca. Pq. Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portões 1, 2 e 3, 5082-1777. QUANDO: Inauguração: sáb. (20). 11h/20h (dom. e fer., 11h/19h; fecha 2ª), com visitas de hora em hora. Até 20/1/2019. QUANTO: R$ 20. Vendas pelo site: eventim.com.br/exporaiz

Confira a entrevista com o curador da mostra, Marcello Dantas:

Como você avalia a importância dessa exposição, pensando, inclusive, no público que não está tão envolvido com o universo da arte contemporânea? Ai Weiwei é alguém que vai muito além do mundo da arte - é um ícone da rebeldia, liberdade e empoderamento do cidadão no mundo. Ele é uma figura pop como Andy Warhol foi no tempo dele. E o nosso tempo será lembrado por atos e símbolos dele. Estar no mundo nesse momento e entender a dinâmica dos problemas da vida real é uma razão para ver a exposição. Mas isso tudo com humor, irreverência e descoberta para os olhos, e um quebra-cabeça para a mente.

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Ai Weiwei. Foto: Ai Weiwei Studio

Como foi a imersão de Ai Weiwei no Brasil, em que ele conheceu ateliês, comunidades e manifestações regionais? Durou um ano. Foi um processo de 'mutuofagia', quando um come o outro. Os ateliês foram um processo de aprendizado mútuo. Resultou em 24 conjuntos de obras. Acho que foi um reencontro do Brasil com uma imagem de si mesmo, vista pelo olhar engajado de Ai Weiwei. Deu um jeito de mudar ambos.

O que mais o impressiona no trabalho do artista? A força de se comunicar com todos. Pela linguagem inclusiva, pela capacidade de nos conectar com raízes profundas e esquecidas. Por abrir a cabeça das pessoas para novas maneiras de pensar, de uma forma que cruze culturas e pontos de vista. Cada obra é uma senha.

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