Como aconteceu com o próprio Hector Babenco, também Diego (Willem Dafoe) descobriu ser portador de uma grave doença, foi submetido a um tratamento radical e curou-se. A história é contada em Meu Amigo Hindu, novo filme de Babenco, que tem tanto de autobiográfico que esquecemos tratar-se de uma obra de ficção.
Nele, vemos o artista radical, e muitas vezes duro com os outros, humanizar-se na doença e pelo contato com um garoto hindu que fazia tratamento no mesmo hospital. O filme alterna cenas difíceis, como as da quimioterapia nos Estados Unidos, a outras ternas. Babenco submete essa experiência de vida ao encanto poético do reencontro e o celebra com uma inesperada citação cinematográfica, que faz do desfecho do filme um dos mais encantadores finais do cinema brasileiro nos últimos tempos. Luiz Zanin Oricchio