Redação Divirta-se
01 de dezembro de 2016 | 19h16
É difícil ser exposto à trama de ‘O Filho Eterno’, filme de Paulo Machline, e não se emocionar. Baseado na novela autobiográfica e homônima do escritor Cristóvão Tezza, o longa expõe o drama de um pai imaturo que, de repente, se vê sob a responsabilidade de criar um filho com síndrome de Down. Do ponto de vista do protagonista, a situação se apresenta insuportável.
A história se passa em Curitiba, em 1982, em meio à Copa do Mundo da Espanha. Roberto (Marcos Veras), um escritor em início de carreira, e a jovem jornalista Claudia (Débora Falabella) esperam, com ansiedade, seu primeiro filho. Fabrício (Pedro Vinícius) vem ao mundo no dia das quartas de final entre Brasil e Itália, quando nossa seleção, que tinha um timaço, decepcionou e foieliminada do mundial.
Marcos Veras interpreta Roberto, um pai que sofre por não aceitar condição do filho. Foto: divulgação
A notícia de que o primogênito, tão aguardado, apresenta características da doença atira Roberto em um turbilhão de desespero e dúvida, uma sensação de derrota dupla. Para elucidar o drama do personagem, ele, que teme por seu futuro ao lado de uma criança especial, chega a desejar a morte do bebê.
Com ambiente lúgubre e trilha sonora contundente, a narrativa imerge o espectador nos pensamentos dissonantes do personagem, em sua busca por aceitar as condições do filho. A atuação de Marcos Veras, acostumado a papéis cômicos, é surpreendente. Mais ainda por esse ser seu primeiro protagonista emotivo. Prepare os lenços. André Carmona
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