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Iniciativas online incentivam a produção artística na quarentena

CONTEÚDO ABERTO PARA NÃO-ASSINANTES: Projetos apostam no incentivo à produção e na divulgação das obras em espaços como o Instagram

Por Júlia Corrêa
Atualização:

Se, mais do que nunca, estamos precisando usar a criatividade para lidar com os desafios impostos pela pandemia, a possibilidade de nos conectarmos com a arte pode ser uma boa forma de, mesmo confinados, ampliarmos os nossos horizontes. Diferentes iniciativas surgidas nos últimos dias apostam tanto no incentivo à produção dos artistas quanto na divulgação de suas obras pela internet, para que o público também possa encontrar novos estímulos neste momento.

Idealizada por três publicitários espanhóis - Emma Calvo, José Guerrero e Irene Llorca -, a página do Instagram Colagem enviada por Aina Giró de Pedro para o The Covid Art Museum Foto: Estadão

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"A arte sempre se mostrou uma grande testemunha de cada era. Vendo essas obras, é possível entender mais sobre os sentimentos e pensamentos de quem viveu este período, e nós esperamos que, no futuro, esses trabalhos possam vir a ser interesse de estudos", complementa a idealizadora, que conta ainda que o Brasil é um dos países mais engajados no projeto.

Foi com proposta semelhante que Luiza Lorenzi Adas usou os recursos do Instagram para criar a página , em que fala sobre arte de modo acessível e divulga atividades da área.

"Quando o isolamento começou, passei a me questionar como a arte poderia se manter viva. Conversei com artistas sobre como o momento poderia dificultar ainda mais a sua visibilidade. Enquanto eu refletia, descobri o The Covid Art Museum. Então pensei: 'por que eu mesma não posso fomentar o ecossistema da arte brasileira?'", relata Luiza.

Criado há duas semanas, o museu já conta com 10 mil seguidores e 400 publicações. Ela explica que a diferença de sua iniciativa para a que lhe serviu de inspiração é que as obras compartilhadas por ela não necessariamente trazem reflexões relacionadas diretamente à pandemia. "Alguns artistas fazem críticas mais ligadas ao momento, mas tem muitos abordando as suas experiências pessoais, a sua individualidade neste momento de isolamento", explica.

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A mescla de diferentes tipos de arte - como imagens digitais, fotografias e pinturas em aquarela - é um dos aspectos levados em conta por Luiza em sua curadoria. Sua preocupação também se estende à diversidade de realidades em que essas obras são produzidas. Por viver em São Paulo, acaba atraindo, naturalmente, mais obras criadas no Sudeste, mas ela vem buscando contemplar outras regiões do País.

Obra de Marcia de Moraes (@marciademoraes), no Museu do Isolamento Brasileiro Foto: Estadão

Ela conta que a repercussão da iniciativa se deu de modo rápido e orgânico. "Na página FlorindoLinhas, eu tenho cerca de 7 mil seguidores. Comparando com influenciadores, não é um número tão alto, mas meus seguidores são muito engajados. Quando você se envolve com o mundo das artes, encontra pessoas que querem ajudar. Assim que anunciei, muitos começaram a divulgar em seus stories, e a página do museu alcançou um público grande. No início, os artistas enviavam as obras usando hashtag e mensagens diretas, mas não dei conta. Precisei criar um formulário para poder organizar o material."

Luiza explica que o fim da quarentena não implicará, necessariamente, o fim das atividades. "O projeto foi muito feliz de ter o nome que tem, pois se encaixa neste atual momento, mas também tem relação com artistas que não têm um espaço para expor, que refletem e trabalham isoladamente. É uma forma rápida e fácil de reunir essas produções, um museu que vai até você."

Obra de Fernanda Fortuna (@4tuna.collage) para o Museu do Isolamento Brasileiro Foto: Estadão

Batalhas e concursos. Há quase dois meses, com a necessidade de isolamento social, o , promoveu a Mostra Fotográfica Retratos da Quarentena, que contou com duas edições. A proposta foi incentivar fotógrafos amadores e profissionais a produzir registros das mudanças no cotidiano provocadas pela pandemia. As fotos selecionadas podem ser conferidas nos site e nas redes da feira.

Já o Mobile Photo Festival, concurso que incentiva a produção de fotografias produzidas pelo celular, previa apresentar as obras dos vencedores de sua sétima edição em uma exposição que ocuparia o Museu da Imagem e do Som (MIS) a partir deste mês. Diante da pandemia, a iniciativa, então, concentrou suas ações na internet, incluindo na categoria Ensaio o tema A Vida em Quarentena.

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O vencedor foi o italiano Claudio Ceron, que explorou, em uma série em P&B, as formas de diferentes objetos domésticos. Ele e os outros ganhadores foram anunciados na sexta-feira passada, 15 de maio, pelo

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