O centro de sua atenção é o mais famoso museu do mundo, o Louvre. Ele foi o centro de um debate civilizado, travado em plena barbárie da 2ª Guerra Mundial. Com Paris ocupada pelos nazistas, convivem o diretor do museu, Jacques Jaujard, e o oficial alemão Franz von Wolff-Metternich. Este era o encarregado do 'Kunstschutz' - a política de preservação das obras de arte do país ocupado.
Boa parte de 'Francofonia' é reservada à luta desses dois homens para, em meio à guerra, salvar o tesouro artístico e preservá-lo para futuras gerações. Inimigos ocasionais, uniram-se em nome do bem comum.
Essa bela história é parte do filme. Vemos também figuras históricas e imaginárias passeando pelo Louvre - Napoleão com Marianne, o imperador e a figura feminina símbolo da Revolução Francesa.
Tudo é narrado pelo próprio Sokurov, que também dialoga por Skype com o capitão de um navio cheio de obras de arte. Como ele atravessa uma tempestade, a metáfora se desdobra. Também o mundo atual passa por tormentas, mas deve se esforçar para salvar seu legado civilizatório, condensado na forma da grande arte. Luiz Zanin Oricchio