Redação Divirta-se
01 de dezembro de 2016 | 18h25
Durante as filmagens do remake de ‘Scarface’ (1983), o diretor Brian de Palma se viu, de repente, em uma encruzilhada cinematográfica. Nas cenas finais, a estrela principal do longa, o ator Al Pacino – que vivia Tony Montana, um inescrupuloso traficante de drogas em Miami -, queimou uma das mãos e precisou se afastar do set de gravações por muitos dias.
Sem o protagonista, De Palma teve de se virar para matar o tempo. A solução encontrada foi filmar um tiroteio de extrema violência e impacto visual, captado das mais variadas perspectivas, que, além de um sucesso, tornou-se marca registrada do diretor.
Em De Palma, essa e outras histórias sobre a arte de dirigir um filme são reveladas pelo cineasta, integrante da ‘Nouvelle Vague’ americana, que revelou nomes como Martin Scorsese, Woody Allen e Steven Spielberg.
Apesar de um pouco longo para o gênero (109 min.), o documentário cativa por ser uma verdadeira aula de cinema. Os diretores, Noah Baumbach e Jake Paltrow, mal interferem. Ao contrário, deixam De Palma livre para desenrolar seus causos, mesclando vida pessoal e profissional. A relação turbulenta com a família e a crítica; o início de carreira na Sarah Lawrence College; a falta de dinheiro para as produções; os egos inflados dos artistas; entre outras mazelas das telonas.
Clássicos como ‘Vestida para Matar’, ‘Dália Negra’ e ‘Os Intocáveis’ são esmiuçados. Um filme sobre cinema, para quem gosta de cinema. André Carmona
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