É de no mínimo 11% o desconto dado pelo MPF na multa aplicada à J&F, no acordo entre Rodrigo Janot e Joesley Batista. Na última de suas cinco propostas ao MPF -- via Trench Rossi Watanabe -- a J&F havia oferecido R$ 8 bilhões a serem pagos em dez anos e corrigidos pela taxa Selic. O Ministéro Público bateu o pé e disse que queria R$ 10,994 bilhões, mantendo o prazo de dez anos e a correção pela Selic.
Pois bem. Fecharam o acordo sob nova direção advocatícia -- a do Bottini e Tamasauskas Advogados -- no valor dos R$ 10,994 bilhões. Isso, menos de 24 horas depois da saída da Trench Rossi Watanabe.
Mudança torna a multa11% mais barata
Esse valor está perto do que o MPF queria? Não. Como o prazo mudou -- foi de 10 para 25 anos e houve uma alteração na forma de correção, que passou para o IPCA --, a multa simplesmente... diminuiu.
Quanto? Segundo dois técnicos financeiros consultados, ao menos 11%, mantidas as premissas econômicas atuais. Mas podendo ir além disso e chegar aos 20%.
Estranho? Mais uma coisa para Janot explicar.
Joesley afastou-se de Millerprevendo futuros problemas
Com a troca de advogados no acordo de leniência assinado em maio com o MPF, a J&F afastou o perigo hoje representado por Marcello Miller, que havia deixado a Procuradoria para assessorá-lo.
O que sugere uma percepção de Joesley Batista sobre a fragilidade de sua relação com o ex-procurador - hoje acusado de lhe passar informações quando ainda era funcionário do MPF.O empresário, ao que tudo indica, entendeu que essa aproximação poderia dar confusão... legal.