PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

"Talvez o axé que está em crise seja o que o sul escolheu"

Por Sonia Racy
Atualização:

SILVANA GARZARO/ESTADÃO 

A partir de amanhã, até terça-feira de carnaval, Carlinhos Brown faz 12 shows, entre trios e palcos por Salvador. Rei do verão da Bahia, diz que está "preparado" e quer se espelhar na vitalidade de Ney Matogrosso, uma das participações do último Sarau du Brown. O cantor recebeu a coluna em seu camarim, antes de mais um show, dirigido por Paulo Borges.

PUBLICIDADE

O The Voice Kids é um fenômeno. Você saberia os motivos? Não é um programa para crianças, é para a família. E a família acolhe ele. As crianças trazem uma pureza que há muito não sabíamos onde estava. A TV expõe a barra pesada que o mundo é, e as pessoas estão buscando essa pureza. Além, disso, tem a química daquelas cadeiras que acho que nem a emissora esperava: dois tiozões, um papai e uma mamãe. Fomos muito sortudos de cair nisso.

Fala-se que o hit do carnaval é Metralhadora, da Banda Vingadora, um arrocha com pagode. Nenhuma música de axé está com essa mesma força este ano. Há uma crise? Eu não vejo crise, está todo mundo produzindo igual, mas as coisas não fluem. Existe uma crise na comunicação, que precisa ser revista, o rádio precisa se posicionar. Talvez o axé que está em crise seja o que o sul escolheu. E não acho que a gente deve se pautar pelo sul do Brasil, lamentamos muito quem não nos entendeu. Olodum e eu continuamos sofisticados para os ouvidos do Rio e de São Paulo.

A discussão sobre racismo ganhou força com a ausência de negros no Oscar. O que achou? O racismo é assunto para encher páginas de jornais. Para mim, é invisível e as coisas invisíveis não me atingem. Quem é racista não é da minha conta.

Seu ex-sogro, Chico Buarque, foi xingado recentemente no Leblon, no Rio, por questões políticas. Você sente a sociedade mais agressiva, conservadora? Temos uma classe que se formou dentro de uma metodologia errada. Não é a escola que forma um caráter, mas a ciência de respeitar as diferenças. Imagina-se que alguém tem formação porque fala em inglês, mas a educação é zero. O que aconteceu com Chico acontece, olha os caras que são. Manjados na questão da grosseria, tiram onda de gostosão. De certo modo, a mídia divulga eles. Que fique claro: melhorem./ PEDRO HENRIQUE FRANÇA

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.