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Suzane von Richthofen ganha liminar e impede publicação de livro

Por Sonia Racy
Atualização:

ULISSES CAMPBELL. FOTO: ARQUIVO PESSOAL  

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu, nesta quinta-feira, liminar favorável a Suzane Louise von Richthofen, impedindo a publicação do livro "Suzane - Assassina e Manipuladora", do jornalista Ulisses Campbell, que a Editora Matrix prevê lançar em janeiro de 2020.

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Na decisão, a juíza Sueli Zeraik, de São José dos Campos, diz que a obra "não é de interesse público" e que usa dados sigilosos. Cita o Código Penal e a Lei de Execução Penal, alegando que é "direito do preso" não ser exposto "à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena". Também sublinha como direito de Suzane "a proteção contra qualquer forma de sensacionalismo" e "execração pública". Por fim, a juíza critica a "autenticidade" da obra, pontuando que o autor do livro não teve contato com Suzane e não a conhece.

O advogado do autor, Alexandre Fidalgo, disse à coluna que recorrerá da liminar, na semana que vem. "Essa decisão é censura prévia clássica. Impedir a publicação de um livro que nem está editado, sob o argumento errático de que o personagem não é uma figura de interesse público, é um erro sério. E fosse qualquer justificativa, não tem amparo jurídico. Esse é um fato jornalístico e Campbell fez um trabalho sério", afirmou Fidalgo.

À coluna, Ulisses Campbell lembra que o processo só passou a correr em sigilo a partir de 2016. Antes, portanto, era aberto à consulta pública. Também assegura que teve acesso aos laudos psicológicos de Suzane pois eles "são abertos", via agravo da própria presa enviados para a 5.a Câmara Criminal. "E não é a juíza quem decide se é ou não de interesse público. Ela diz que o livro causará danos irreparáveis à imagem da Suzane. O crime que ela cometeu é que é irreparável", rebate Campbell.

O jornalista informa que esteve na Penitenciária de Tremembé e envia a foto acima. Também alega ter entrevistado 16 agentes penitenciários "fora da prisão". "A juíza não pode prejulgar e proibir uma obra que não existe. É censura". Segundo ele, a editora Matrix também recorrerá da decisão do TJSP.

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Na semana passada, a editora Contexto comunicou a desistência de publicar o livro, tendo como justificativa "análise da conjuntura do mercado". Campbell, porém, diz que rompeu o contrato pois seu livro terá fotos e a Contexto era contra.

SUZANE VON RICHTHOFEN. FOTO-ROBSON FERNANDES/ESTADÃO  

Suzane confessou participação em um dos crimes mais famosos do Brasil -- o assassinato de seus próprios pais, Manfred e Marísia von Richthofen, executado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, em 2002.

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