Muito se pode falar sobre Bernardo Paz. Mas não há um só amante das artes que se recuse a reconhecer a importância, em termos mundiais, do Instituto Inhotim. Há quase dois anos, o idealizador do empreendimento se afastou da presidência do Conselho do Instituto para que uma condenação em primeira instância, envolvendo suas empresas, não prejudicasse sua grande criação. E saiu de cena enfrentando uma profunda depressão que perdura até hoje.
Enquanto aguarda novo julgamento, Paz combate esse estado emocional por meio de visitas constantes, em seu carrinho de golfe, de preferência de manhã bem cedo, passeando pelos jardins e galerias de Inhotim. Olha cada detalhe do que está acontecendo, mesmo não estando mais à frente dos processos decisórios. A colunista cruzou com ele no último sábado conferindo o 'filho' que continua crescendo. "Salvar Inhotim é meu objetivo maior", enfatizou.
O Instituto inaugurou no fim de semana obra monumental do artista norte-americano Robert Irwin (na foto, Paz posa em frente à instalação), além de exposição temporária com esculturas de artistas contemporâneos brasileiros, uma videoinstalação de Claudia Andujar e novo jardim de 32 mil metros quadrados.
Paz conta também que após a tragédia de Brumadinho, que vitimou quase 300 pessoas, muitas empresas se sensibilizaram ainda mais sobre a importância de Inhotim, localizado ao lado da cidade, e ampliaram patrocínio. Entre elas, o Itaú Cultural, CBMM, Taesa, Volvo e até mesmo a própria Vale, como tentativa de restaurar de alguma forma a catástrofe na região. Isto sem falar no próprio Bernardo, que continua, com a paixão de visionário que é, doando seus recursos para Inhotim.