Sonia Racy
30 de junho de 2020 | 00h50
Atrito gerado por meio de campanha do Itaú Personnalité lançada semana passada e, depois, aprofundado pela resposta da XP às críticas indiretas aos seus agentes autônomos, levaram à caça de culpado pela situação. Errou o Itaú ao atacar quase que frontalmente seu sócio XP? Errou a XP ao contra-atacar?
Pelo que esta coluna apurou entre banqueiros, investidores e conhecedores dos mecanismos do mercado financeiro, quem errou a cesta nesta partida publicitária – tem quem acredite que este ‘erro’ foi proposital, na busca por vender sua parte na XP – foi o Itaú Personnalité. O banco foi o responsável pelo expor publicamente a feroz concorrência entre os sócios de tal maneira a levantar a bola para a XP… cortar.
O fato, entretanto, é a origem deste embate: o… Cade. O órgão aprovou a compra parcial da XP feita pelo Itaú. E, depois, acabou barrando a segunda etapa prevista do negócio, que seria a compra do controle acionário da corretora pretendida pelo Itaú.
Existe consenso entre players do setor de que aquisição deveria ter sido barrada na primeira fase. Não foi. Isto posto, a XP aproveitou e hoje trabalha com o “aval” de credibilidade do Itaú sem ter sido obrigada a ceder o controle da empresa. E mais: avança ampliando braços para concorrer diretamente com bancos de investimento.
Qual sistema funciona melhor? Ambos têm defeitos. Mas desconfia-se que o veto do Cade, na desaprovação da troca de controle, acabe beneficiando o foco principal do órgão: o cliente consumidor.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.