EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Poderes precisam se respeitar, diz Delfim Netto

PUBLICIDADE

Por Sonia Racy
Atualização:

DELFIM NETTO. Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

Para Delfim Netto, o episódio envolvendo Lula, Moro e o TFR-4, no domingo passado, foi algo 'extremamente triste', que ele define como um paroxismo das dificuldades que o Brasil está vivendo. "Desde que Dilma perdeu o protagonismo, os três poderes passaram a não se respeitar: um invade o outro em tudo que é possível, criando uma judicialização completa da atividade executiva. Em resposta, houve uma politização da justiça - e agora assistimos à própria justiça sendo contraditória", analisa o professor e ex-ministro da Fazenda.

PUBLICIDADE

Delfim defende que os poderes se respeitem e se retorne ao que diz a Carta Magna. Acredita também que o STF não está cumprindo sua função de poder moderador. Assim, seria necessário que se fizesse um concílio logo depois de eleição. "Cada um tem que voltar à sua caixinha - e voltar a respeitar a Constituição".

Afinal, avalia o economista, ela tem 250 artigos para não permitir interpretação. "Seu texto controla até transfusão de sangue. É uma constituição analítica, não transfere poder ao Supremo. Ela foi construída, na verdade, para impedir qualquer intervenção do Estado nas liberdades individuais. Foi uma resposta para o regime autoritário." Em conclusão, diz Delfim, a Constituição brasileira "talvez seja uma das que mais protegem a liberdade individual".

Aos 90 anos, Delfim Netto continua com seu conhecido raciocínio claro, direto, sem falhas de memória e com saúde boa. É sabido que ele nunca fez regime ou qualquer exercício físico. Qual o segredo? "O coração bate, em média, durante uma vida, 2,5 bilhões de vezes", diz ele. "Para que desperdiçar com exercícios físicos?", pondera...

 

Publicidade

Leia mais notas da coluna:

Afif, Flavio Rocha e Paulo Rabello criam grupo de resistência a 'oligopólio político'

Conselho de Malala: 'Nunca desistir'

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.