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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Penúltima estação

Por Sonia Racy
Atualização:

A maioria dos convidados de Aécio e Dilma presentes ao debate de anteontem, na Record, apostou, antes de o programa começar, que a dupla evitaria ataques mais virulentos. E acertou. Entretanto, nos bastidores, o clima era de provocação.

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Humberto Costa, coordenador da campanha petista em Pernambuco, por exemplo, não tinha dúvidas: os trackings do partido no Estado, segundo ele, mostram Dilma na frente, por ampla margem. Já Tasso Jereissati, senador eleito pelo Ceará, em conversa com Aloysio Nunes Ferreira, não tinha tanta certeza sobre as eleições no Nordeste: "No primeiro turno, muito eleitor é levado a votar por candidato a deputado", explicou. "Como agora o voto é só para presidente, o índice de abstenção deve aumentar, o que ajuda Aécio".

Renato Meirelles, do Data Popular, destacou a eleitora indecisa (grande parte dos 6% que ainda não definiram voto, segundo as pesquisas): "Ela é uma espécie de dona Nenê de A Grande Família. É gregária e não gosta de pancadaria", resumiu.

E Walter Feldman defendia a discussão de relações exteriores: "O último discurso de Dilma na ONU foi um desastre, uma vergonha", provocou o coordenador de campanha de Marina Silva.

Enquanto isso, Eduardo Suplicy tirava fotos de todos e fazia selfies. Dilma vai entrar preparada? "Claro, assim como o Santos, que venceu o Palmeiras hoje por 3 a 1. Você viu?", perguntou. Pois foi só falar no Verdão e apareceu José Serra, aos 48 minutos do segundo tempo, pouco antes de a porta do estúdio se fechar.

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Quem parecia irritado era Celso Kamura. O hairstylist de Dilma, maleta a tiracolo, insistia que a iluminação sobre a candidata "meu Deus do céu, está estragando o make!". À beira do palco, Rui Falcão acariciava a estrela do PT em sua lapela ("para dar sorte") enquanto conversava com Jaques Wagner. "O eleitor indeciso precisa se sentir seguro na reta final", defendia o governador baiano.

Nenhum dos dois chegou a perceber o tropeção de João Santana, na escada que levava ao púlpito onde estava Dilma, pouco antes do início do debate. O marqueteiro petista foi amparado pelos apresentadores da Record Celso Freitas e Adriana Araújo.

Na plateia, o "mão santa" Oscar Schmidt, terno azul e gravata amarela, não estava nem aí: "Mas cadê o tesoureiro do PT?", bradou, referindo-se a João Vaccari Neto, personagem do escândalo de corrupção na Petrobrás. O constrangimento foi geral.

Tudo pronto para o início do debate, Edson Aparecido parou para comentar a maior presença de Lula no horário eleitoral: "Ele vai tentar fidelizar o voto que lhe é simpático, chegou à conclusão de que a agressividade pode ter rendido alguns votos a Dilma, mas não dará a vitória ao PT".

Vítima da chuva em São Paulo, Michel Temer chegou quase ao apagar das luzes. Ar sério, sorriu só uma vez na noite: foi quando Aécio mandou abraço para o peemedebista José Ivo Sartori, que disputa o governo do Rio Grande do Sul contra Tarso Genro. Depois, como ninguém é de ferro,... cochilou. /DANIEL JAPIASSU

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