Caso Bolsonaro emplaque a Presidência, seu provável ministro da Fazenda Paulo Guedes pretende negociar para que a União receba 100% dos dividendos distribuídos pelo BNDES que hoje contribui com até 25% do lucro obtido.
"Pagar juros de dívida só vendendo estatal é atraso de 30 anos", disse ele ontem, em almoço fechado para 25 convidados, em uma gestora independente de São Paulo.
Fora do programa
A novidade não consta do programa de Bolsonaro. E contraria medida do governo Temer que, em 2017, decidiu colocar limite nos repasses feitos pelas estatais - com intuito de proteger seus caixas e evitar problemas de investimentos.
Indagado sobre a mudança via WhatsApp, Guedes não respondeu.
Privatizações levarão tempo
No mesmo encontro, que durou cerca de uma hora, o economista bateu muito nos gastos do governo federal - que, no período pós-ditadura, cresceram de 22% do PIB para 45%. "Isso corrompeu o Brasil", pontuou.
O pacote de superprivatizações, avalia o economista, vai levar tempo para se concretizar. Mas ele garantiu que não haverá indicações partidárias para nenhuma das empresas. Se chegarem ao poder, advertiu, "acabou o toma lá da cá".
Não tem perigo de Bolsonaro mudar de ideia sobre o liberalismo econômico? O economista lembrou aos presentes a história da hierarquia militar: os governos militares também delegavam funções técnicas.
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