O recital de Keith Jarrett anteontem, na Sala São Paulo, foi eclético. Com ingressos entre R$ 200 e R$ 400, o público reuniu um misto de jovens músicos, fãs do pianista americano, e conselheiros da Osesp como Pedro Moreira Salles, Rubens Barbosa e Luiz Schwarcz.
Aplaudidíssimo entre uma performance e outra, o pianista demonstrou desconforto com tosses e, especialmente fotos. Sequer o aviso prévio da produção ou os pedidos do próprio artista foram suficientes para conter os "fotógrafos" amadores.
O mal estar do pianista - que culminou em sua saída antes da derradeira música do bis - espalhou-se entre o público. A cada clique, vaias. "Dinheiro não é sinônimo de educação. Olha aí o exemplo, uma elite cultural não sabe respeitar regra tão simples", comentou uma espectadora que preferiu não ser identificada.
E Jarrett fechou a noite: "Peço desculpas aos que não estão fotografando, mas eu não irei mais tocar." A frase foi replicada ontem no Twitter.
Destino? O músico não passou mais que 24 horas em SP. Aterrissou em solo brasileiro, foi direto para o show e depois, Rio. Lá fica até sábado e se apresenta no Municipal.
MARILIA NEUSTEIN