Ontem foi escolhido o filme brasileiro Pequeno Segredo para concorrer à indicação do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Bruno Barreto, dirigente da comissão da seleção do filme, conta que, ao aceitar o convite do secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini, e do ministro Marcelo Calero para substituir o cineasta Guilherme Fiúza (ele se retirou da comissão alegando motivos pessoais) impôs uma única condição: "A decisão final só poderia ser tomada em um encontro com os membros do comitê para que, antes da votação, o conceito da escolha e as características dos filmes inscritos fosse debatida".
Segundo Barreto, Bertini lhe garantiu essa forma de votação. "Infelizmente, dois membros não compareceram. Apenas enviaram seus votos - o que considero um desrespeito pela arte de fazer cinema -, empobrecendo o debate e, consequentemente, gerando impacto na decisão final", coloca o cineasta.
Barreto revela, entretanto, que o conceito para a escolha, acordado no início do encontro de ontem, foi claro: selecionar o filme com mais chances de figurar entre os cinco finalistas. "Não necessariamente apenas o melhor filme. Mas é claro que um filme sem qualidades não teria chance alguma".
Saiu satisfeito por "discutir filmes com gente que não só conhece mas, sobretudo, é apaixonada por cinema".