EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Olhar gringo

PUBLICIDADE

Por Sonia Racy
Atualização:

 Foto: Sebastian Palmer

Sebastian Palmer apostava que o Brasil venceria a Copa. Errou feio. O fotógrafo está entre os milhares de profissionais estrangeiros da categoria que desembarcaram no Brasil por causa da Copa. Entretanto, ao contrário de muitos colegas, suas lentes passaram longe das arenas esportivas. O inglês chegou a morar durante três semanas em uma ocupação ilegal, no centro de São Paulo, ao lado das 53 famílias que ali viviam. Voltou agora.

PUBLICIDADE

Resultado? Um ensaio intitulado Hope. Palmer - que tem no currículo prêmios como o IPA Lucies e o Sony WPA - decidiu, então, mergulhar, no Mundial das ruas da capital paulista e registrar esse olhar em um documentário fotográfico no Instagram. Palmer topou conversar com a coluna por e-mail.

As manifestações de junho do ano passado influenciaram o seu trabalho?

De alguma forma posso dizer que sim. Pois, ao invés de fazer um projeto totalmente voltado ao esporte, resolvi englobar todo este aspecto político e social que envolve o momento do País.

Você tem um roteiro montado ou vai definindo no dia a dia?

Publicidade

Eu sempre planejo onde ir. Penso no que está acontecendo na cidade e onde é possível encontrar uma boa história. Também procuro visitar os mais diferentes lugares. Quando chego nesses lugares, as coisas são mais espontâneas e vou à procura de personagens e pessoas interessantes, que chamem minha atenção.

Que imagem foi mais surpreendente até agora?

Eu gosto muito de uma foto de uma senhora que fiz em um dos protestos. Flora, de 93 anos, estava do lado de fora da sua casa, de roupão. Ela mora ali há mais de 80 anos e nunca tinha visto nada parecido. Gostei muito dessa foto, pois é algo totalmente inesperado.

Para um fotógrafo premiado, como é deixar a câmera de lado e fotografar apenas com o seu telefone?

No começo foi diferente. Levei um tempo para me acostumar, mas depois acabou se tornando libertador. Com apenas o telefone nas mãos, fica mais fácil se misturar com as pessoas, além de ser bem menos assustador que uma câmera profissional. Sem contar o fato de não ter que carregar um monte de equipamento.

Publicidade

O projeto ficará restrito ao Instagram ou você pretende publicá-lo em outro lugar?

Por enquanto, ele ficará apenas no Instagram mesmo. Quando o projeto terminar, junto com a Copa, aí vou pensar em outra forma de publicação.

Como estrangeiro, qual é a sua impressão sobre a Copa no Brasil?

O que mais me chamou atenção foi a contradição de que há bem pouco tempo muitas pessoas não queriam que o Brasil fosse sede da Copa. /THAIS ARBEX

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.