Sonia Racy
18 de dezembro de 2018 | 01h00
A negociação entre a Embraer e a Boeing talvez tenha sido uma mais sofisticadas realizadas entre empresa brasileira e estrangeira, englobando ativos tangíveis e intangíveis. Ela consumiu centenas de horas de escritórios de advocacia de diversas especialidades, aqui e lá fora, e certamente duraram bem mais de um ano.
No dia 21 de outubro de 2017, esta coluna publicou que a decisão da Airbus de se tornar sócia da Bombardier para o programa de jatos comerciais CSeries – anunciada exatos três dias antes – não havia pego a Embraer de surpresa.
Na época, a coluna apurou e registrou que a empresa brasileira estava conversando rumo a uma associação com a Boeing. Três meses depois, o fato veio à tona por meio do The Washington Post.
O desenho anunciado ontem, a ser apresentado à União – dona de golden share da ex-estatal – está sujeito à aprovação do governo brasileiro e, posteriormente, será submetido aos acionistas e a autoridades regulatórias.
Mas não se veem grandes problemas neste percurso.
Os últimos dias para acertar os ponteiros foram vividos em escritórios de Chicago e São Paulo. Os participantes brasileiros estão exauridos com o fuso horário. Houve conversas que em Chicago acabavam à meia-noite – ou seja, às 4 da manhã por aqui.
Especial destaque para a criação da empresa JV, controlada pela Embraer com participação da Boeing, envolvendo o KC-390.
Terá o apoio do governo americano para vender o avião de defesa pelo mundo – como tem o Lookheed C130.
Leia mais notas da coluna:
+ ‘Acredito que a nutrição também é espiritual’, diz chef Morena Leite
+ Doze empresas punidas por desvios no Municipal em 2013
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.