Sonia Racy
04 de setembro de 2018 | 01h00
MUSEU NACIONAL, APÓS O INCÊNDIO DO DOMINGO. FOTO: FABIO MOTTA/ESTADÃO
O movimento #foiela, que nasceu domingo, busca resgatar a importância da Imperatriz Leopoldina na Independência do Brasil. Foi ela quem, em 2 de setembro de 1822, assinou de fato o decreto da independência — dom Pedro estava viajando. E cinco dias depois o decreto culminaria no Grito do Ipiranga.
Passados 196 anos, na mesma data, o local onde a assinatura aconteceu desaparece em chamas. Sim, foi na Quinta da Boa Vista. No Museu Nacional do Rio, antiga residência imperial.
Grupos de restauradores cariocas e paulistas estão se mobilizando para um encontro no Rio, para estudar o que restou do Museu Nacional. As ações devem começar em uma semana, tempo necessário para se saber que não há mais risco de o prédio cair.
A comunidade internacional das artes foi mobilizada com a catástrofe do museu carioca. Grandes grupos convocaram – como a Christie’s, através de seu CEO, Guillaume Cerutti –, reunião emergencial para prestar solidariedade e traçar um plano de ajuda.
Sergio Rial não se furtou a falar do incêndio em seminário sobre meio ambiente e Amazônia, ontem, em SP. Disse que falta, no debate eleitoral, discutir “mecanismos voltados à melhoria da gestão”.
E quanto à participação dos cidadãos, pôs o dedo na ferida: “Não é só levantar a bandeirinha, é colocar a mão no bolso. É doar tempo, comprometimento, dedicação”.
Entre alertas de que “outras tragédias podem ocorrer (como a do domingo)”, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo sugere uma saída para o desastre: criação de “um plano plurianual, com recursos próprios e permanentes”. E alerta para outro problema: “o definhamento dos quadros técnicos do Iphan”.
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