Redação
11 de março de 2009 | 06h00
Hoje é um dia importante para o Banco Central mostrar se haverá alguma alteração dos rumos da política monetária. Sua situação é difícil. Dimensionar a crise por aqui ainda é uma tarefa obscura e as pressões políticas crescem em escala geométrica.
Conforme o tamanho do corte dos juros, o BC indicará se está aderindo à linha ousada adotada pelos países lá fora, como EUA e Japão -, onde a taxa de juros hoje, na prática, é zero. Uma visão de que, na atual circunstância, a atitude mais responsável a tomar é estender à economia uma ajuda maior, deixando a inflação em segundo plano. Como diz o economista Paul Krugman, prêmio Nobel do ano passado, “esta não é a hora de se preocupar com a inflação”.
Ante o resultado do PIB , não havia ontem qualquer certeza quanto à decisão nos juros. O mercado financeiro se dividia entre os que acreditam que o BC vai ser ousado, cortando até 2 pontos porcentuais dos juros (Credit Suisse), até avaliações mais conservadoras, como a de Roberto Setubal, do Itaú/Unibanco. “Nós estávamos trabalhando com corte de 1 ponto antes dos dados mais fracos sobre a indústria e o PIB saírem. Agora é diferente…”
Já o ex-BC Alexandre Schwartzman, do Santander, que conhece bem o raciocínio da equipe do banco, está com a maior parte do mercado: corte de 1,5 ponto porcentual.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.