Depois de apresentação em Londres, o pianista Marcelo Bratke e o bailarino Thiago Soares trazem ao Brasil o espetáculo que criaram juntos, Sumaúma. A estreia acontece, hoje, no Teatro Sérgio Cardoso. Depois, o número - que une dança e música -, segue para Ilha Bela e depois Itália. Abaixo, trechos da conversa que Bratke teve com a coluna.
Como nasceu a ideia da parceria com o Thiago?
Sumaúma, sque é o nome da maior árvore da floresta amazônica, surgiu há dez anos quando eu e ele nos conhecemos no ensaio geral de um concerto no Teatro Municipal para a Rainha Silvia, da Suécia. Senti naquele momento que havia uma empatia imediata entre nós. Nos tornamos amigos e começamos a conversar sobre o projeto, que já teve vários formatos. Hoje o espetáculo conta com música de Heitor Villa-Lobos e Ernesto Nazaré, curadoria musical minha, coreografia do Thiago, mais o roteiro a cargo da Mariannita Luzzati, minha esposa.
É a primeira vez que trabalham juntos?
Estreamos Sumaúma em março, na inauguração da mostra The Art of Diplomacy - Brazilian Modernist Artists Painted for War, com uma performance exclusiva na residência da Embaixada Brasileira em Londres.
Qual o conceito criado por vocês em Sumaúma?
Essa árvore simboliza as raízes do Brasil e também o retorno do homem à natureza. É um espetáculo de música e dança, no qual se cria um amálgama entre o bailarino e o pianista, que são complementares. Levamos mais de cinco meses criando esse diálogo.
O espetáculo é global, mas qual é o significado de apresentá-lo no Brasil?
Ele nasceu longe do Brasil. Acho que, por sentir saudade do nosso País, o tema ficou significando as nossas raízes. Então, para nós é uma releitura da história do Brasil, com sua miscigenação e o folclore - que é muito importante para nós como artistas. De certa forma, é uma autobiografia nossa. /MARILIA NEUSTEIN.