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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Manifestações do dia 15

Por Sonia Racy
Atualização:

 Foto: Iara Morselli/Estadão

Porta-voz do Movimento Vem Pra Rua, o empreendedor Rogerio Chequer está lutando também contra uma persistente dor ciática. "Mas vou para a Avenida Paulista assim mesmo", garante. É a favor do impeachment? "Não agora". A bandeira do VPR? "Fazer o governo pensar antes de agir."

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A manifestação é pró-impeachment, mas vocês são contra o processo? A grande maioria das pessoas que sairão às ruas no domingo está cansada do governo. Mas não tem consciência de que o processo do impeachment requer premissas jurídicas e políticas. Na verdade, as pessoas querem dizer "basta".

Que mudanças vocês sugerem para o País? Menor intervenção na economia e respeito à independência dos Poderes. Uma de nossas grandes bandeiras é a irrestrita apuração e punição de qualquer responsável por ato contra bens públicos, como a Petrobrás. O dinheiro que está sendo roubado é de todos os trabalhadores.

O VPR defende diminuição do tamanho do Estado? Com certeza. Como o Estado montado pelo PT é imenso e superaparelhado, além de ineficiente e corrupto, ele se tornou caro. Estamos pagando cada vez mais para alimentar a ineficiência e a corrupção.

Como ser apartidário, se o sr. tem tanto em comum com o partido que perdeu as eleições e tão pouco com o que ganhou? O tempo vai provar que somos apartidários. Um movimento que não tem nem vai ter nenhum tipo de conexão com partidos políticos. É a única forma de manter a isenção.

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O VPR é a favor da privatização das empresas estatais? Em primeiro lugar, a favor da estatização da Petrobrás, porque hoje ela está politizada e privatizada para os políticos.

É a favor da reeleição? Não. Somos a favor da simplificação do Estado, da política, do processo eleitoral. Queremos a menor quantidade possível de partidos. A gente precisa de eficiência.

Aprova as medidas tomadas pelo ministro Joaquim Levy? Acha que ele vai conseguir dar um jeito na economia? Sim, gosto. E não, não vai colocar o País em ordem. Não por culpa dele, mas porque as medidas que são importantes para o País acabarão bloqueadas por facções poderosas do PT. Com o tempo, o Levy não vai aguentar trabalhar sob essas condições.

Houve mesmo estelionato eleitoral, na opinião do VPR? O mais descarado de todos os tempos. O PT inovou também nisso. / DANIEL JAPIASSU

 

 Foto: Denise Andrade/Estadão

 

Ex-secretário de Alckmin, Ricardo Salles, presidente do Movimento Endireita Brasil, espera que os partidos de oposição respeitem a manifestação de domingo: "Sem provocação. A PM estará lá para manter a ordem". Entre as premissas de seu grupo, o advogado prioriza a "privatização de tudo": "Não há justificativa para que existam empresa públicas hoje no Brasil. Em nenhuma esfera."

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Politicamente, o que o Endireita Brasil propõe? Fim do voto secreto no Congresso, voto distrital misto, financiamento público e privado de campanhas políticas e o fim das coligações nas eleições proporcionais e majoritárias. Outra coisa importante: é preciso combater o inchaço da máquina pública. É um absurdo ter 39 ministérios. O País funcionaria tranquilamente com 10. E é preciso acabar com essa quantidade de entidades sociais ligadas ao governo, que representam um sorvedouro de recursos públicos.

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O fato de você ter sido secretário de Alckmin até o ano passado não é um problema?  Não temos nenhuma ligação formal com o PSDB. Sou filiado ao partido, mas é apenas isso. Ninguém mais, no movimento, tem esse vínculo.

Vocês vão pedir o impeachment de Dilma? Nossa postura é a da responsabilização do PT e de seus integrantes por todo esse cenário de corrupção. Mas não sei se o Brasil aguenta mais quatro anos de Dilma.

Não concorda com o Aloysio Nunes, que disse querer "ver a Dilma sangrar por quatro anos"? Seria muito bom que ela passasse os próximos quatro anos se desculpando por tudo que aconteceu. Porém, quem pagará a conta será o povo brasileiro. Prefiro que ela saia por opção própria e o País possa caminhar na direção de uma recuperação, principalmente de credibilidade. Nesse aspecto, acho que o vice-presidente Michel Temer é um quadro muito mais qualificado. É um político experiente, sabe lidar com o Congresso.

Mesmo com seus líderes na lista do petrolão? A situação de Renan Calheiros e Eduardo Cunha é difícil, mas não muda com Dilma ou Temer. O máximo que pode acontecer é eles não conseguirem provar sua inocência. E serão substituídos.

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Qual o segundo passo após levar as pessoas para as ruas no domingo? O dia 15 tem de ser o início de uma pressão para que uma nova agenda se estabeleça no País. Se for preciso, vamos sair as ruas de quinze em quinze dias. /DJ

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