Janot não compareceu ontem ao debate com Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, promovido pela Alae em São Paulo. E enviou, em seu lugar, Thaméa Danelon - integrante do núcleo de combate à corrupção do MP de São Paulo e coordenadora da campanha "10 Medidas Contra a Corrupção".
Em seu discurso, a procuradora surpreendeu a plateia com suas afirmações definitivas. Disse que a corrupção, calculada pela ONU em R$ 200 bilhões, é o cerne de todos problemas do País. E exemplificou com a falta de empregos, a saúde, infraestrutura, educação... "Imaginem todo esse dinheiro investido nessas áreas", ressaltou.
O combate à corrupção, prosseguiu a procuradora, tem que se dar por meio de prisões preventivas, o "castigo aos poderosos". E citou frase de seu colega Deltan Dallagnol: "A corrupção mata".
O peso dacorrupção
Kakay, por sua vez, repetiu a crítica que vem fazendo ao modus operandi da Lava Jato: é a favor dela, mas não do modo como vem sendo conduzida. Nas delações premiadas, argumentou, "o delator mente, omite e protege, tendo direito a recall se não falar toda a verdade".
E as prisões preventivas, sustentou o advogado, muitas vezes são mantidas para o preso delatar: "Os 77 executivos da Odebrecht falaram porque seu chefe estava preso".