Sonia Racy
13 de outubro de 2018 | 01h00
PAULO GUEDES. FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
As acusações que vieram a público na última semana contra Paulo Guedes – confirmado por Bolsonaro como ministro da Fazenda caso o candidato vença as eleições – são consideradas ataques políticos e não surpreendem integrantes da iniciativa privada, acostumados ao tiroteio das eleições e que conhecem a seriedade do economista.
O que surpreende, destaca um conhecido executivo de fundos, é que a matemática acusatória dos críticos não fecha. No caso da Funcef, dos 46 fundos que investiram na fundação e estão sendo investigados o de Guedes foi dos poucos que deram… lucro.
Vamos lá aos dados dessa movimentação, que são públicos e constam de relatórios devidamente auditados e disponibilizados pela CVM.
Os dois fundos geridos pela BR Investimentos, onde Guedes era sócio, que tinham os fundos de pensão como investidores, eram o BR Educacional FIP e o FIP BGC.
O primeiro fundo foi encerrado e recebeu aporte de R$ 324 milhões, destinados a quatro investimentos. Foram devolvidos R$ 705 milhões – ou seja, o dobro do valor aplicado.
O segundo fundo, FIP BGC, encontra-se na fase final de desinvestimento e recebeu aporte total de R$ 521.462.746 cujo objetivo eram aplicações em quatro empresas diferentes. Até o momento, três deles já foram realizados.
Retorno até agora? Investidores receberam R$ 589.091.375 e ainda falta o quarta aplicação de recursos. Até agora, lucro.
E existe ainda um investimento a ser realizado, cujo valor da marcação feita pelo administrador fiduciário é de R$ 217.710.065. Ou seja, o valor total até o momento é maior do que R$ 800 milhões. Lucro de novo.
Leia mais notas da coluna:
+ STJ julga correção dos empréstimos da Eletrobrás
+ Bolsonaro troca de produtora
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.