Joaquim Levy explicou muito ontem em entrevista coletiva - depois de nada dizer, na sexta-feira, na divulgação do corte do Orçamento de R$ 69,9 bilhões. Colocou sua ansiedade diante da forte queda da arrecadação brasileira, buscou realismo orçamentário, mas deixou de cobrar algo que está lhe incomodando: maior colaboração da iniciativa privada.
Segundo interlocutor do ministro, Levy sustenta que o Brasil precisa mesmo é de uma reengenharia. E que não adianta os empresários e banqueiros ficarem se agarrando a pequenas vantagens. Exemplo: não apoiarem a redução da desoneração da folha.
Iniciativa 2
Levy também defende uma iniciativa privada mais audaciosa, porque só a melhora do câmbio para as exportações não resolve o gigante problema de competitividade na indústria e agricultura.
E ser competitivo não significa se limitar a não pagar imposto ou nunca falar sobre os gastos públicos. "O pessoal tem que acordar, mesmo os que mandaram parte de seus investimentos para fora."
Iniciativa 3
Sim, a iniciativa privada, vira e mexe, reclama dos gastos públicos, mas sempre focando nos 38 ministérios de Dilma. Isso, segundo fonte próxima a Levy, não tem efeito prático financeiro. Os custos das pastas de pequeno porte e das secretarias capitaneadas por ministros são menores do que se imagina.