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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Ilana Kaplan vira sucesso no Instagram ao criar personagem de consultora de etiqueta

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Por Marcela Paes
Atualização:

Ilana Kaplan. Foto: Iara Morselli/Estadão

Nem sempre é fácil lidar com o Instagram. Se em tempos normais já era complicado aceitar que nos posts da rede a vida parece cor de rosa, na pandemia a tarefa ficou ainda mais árdua. Com isso em mente, a atriz Ilana Kaplan resolveu usar o humor para discutir determinados comportamentos. Criou a personagem da consultora de decoração e etiqueta no mundo virtual Keila Mellman e em poucos meses saiu de 6500 para 200 mil seguidores, que incluem fãs como Zeca Camargo, Antonio Fagundes e Lilia Cabral.

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Com olhar ferino, a personagem "ajuda" os seus seguidores a saber o que postar. Foto da festinha na praia, reunião com os amigos e vacina com atestado médico dado pelo amigo, pode? "Poder pode, mas é de bom tom? Não", diz o famoso bordão de Keila. Leia abaixo a entrevista com a atriz:

Como surgiu a ideia para a personagem? A Keila surgiu de uma observação das redes sociais. Eu já reparava antes da pandemia, mas depois esse comportamento gritou mais. Existe esse universo lindo que só aparece lá. Todo mundo de férias, todo mundo está super bem em algum lugar paradisíaco. O que me impressionou foi quando começou a pandemia e muita gente continuou nesse lugar mágico, como se não houvesse uma tragédia entre nós. Eu comentei com a minha irmã, Ana Kaplan, que escreve comigo desde os tempos do Terça Insana e criamos a Keila Mellman.

Teve alguma postagem específica que te inspirou? Não, foi um conjunto de pessoas. Era Ano Novo e o pessoal dizendo que todos estavam devidamente testados em uma praia com 20, 30 mil pessoas. Gente, testados como? Sabe? E com aquelas hashtags #graciasalavida, #uma mulhervacinadanãoquerguerracomninguém...

Pensou que a personagem fosse viralizar desta maneira? Não. A primeira vez em que postei fiz meio que um deboche do pessoal que estava em Noronha. Aí, viralizou. Acho que foi como se a Keila fosse um porta-voz daquilo que todo mundo estava pensando.

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Seu Instagram passou de 6.500 seguidores para 200 mil. Já conseguiu retorno financeiro? Nada. Com o Instagram não veio nada. Tive uns convites para fazer coisas com a Keila, mas por enquanto resolvi não fazer.

Você conseguiu uma boa visibilidade com o Instagram. Acha que esse tipo de apresentação veio pra ficar? Acho que é um jeito de a gente se comunicar neste momento. Sou de uma geração que quase não sabe mexer direito nessas coisas, sou uma pessoa mais analógica, de teatro. São 35 anos de teatro. Fiz muitas coisas variadas na TV Cultura, no SBT, na Globo... Mas onde piso com mais firmeza é no teatro. Tenho uma frase que é: quando o teatro voltar, volte ao teatro. O teatro é ao vivo, não é online. Não existe nada mais prazeroso que a troca ao vivo.

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