Sonia Racy
19 de maio de 2010 | 08h11
O acordo Irã-Brasil-Turquia não tocou na essência do problema por lá: o enriquecimento de urânio a 20%. “Ahmadinejad não explica por que o Irã se recusa a parar de processar nesse nível. Para fins pacíficos, 3,5% bastam”, explica José Goldemberg, admitindo exceção: o funcionamento do reator médico.
Para um dos principais especialistas em produção de energia do mundo, grande crítico da energia nuclear, o Irã só quer ganhar tempo.
O Brasil errou ao entrar nessa história? “Olha, nos anos 90, tiramos o Brasil da suspeita internacional de que estaríamos fabricando armas nucleares. Hoje, podemos voltar a ser objeto de suspeita”, antevê o reconhecido professor, ex-reitor de USP, ex-ministro, ex-secretário do meio ambiente, vencedor do Planeta Azul, o Nobel da natureza.
Que pode ser visto, ainda depois dos seus 80 anos, andando todos os dias pela manhã no Clube Hebraica.
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