Sonia Racy
31 Janeiro 2019 | 01h00
VALE. FOTO: RICARDO MORAES/REUTERS
Há quem acredite na deflagração de uma nova inconfidência mineira assim que o “enxugamento” das operações da Vale anunciado anteontem – corte de 10% da produção em consequência da determinação de fechamento de cerca de 10 barragens – começar a surtir efeito.
Em 2017, a mineradora distribuiu R$ 1,8 bilhões a Estados e a mais de 100 municípios. Em 2018, este montante aumentou, passando para R$ 2,6 bi.
Adivinhem onde se concentram mais de 50% das cidades? Em Minas. Esses recursos têm sido fundamentais para pagar as contas públicas.
Prova que a diminuição dos repasses gera mudança de opinião é a transformação do prefeito de Mariana, Duarte Júnior. Começou chamando a Vale de “assassina” para, dois anos depois da tragédia, passar a exigir que a Samarco voltasse a… produzir.
A Vale busca gente para formar um novo comitê de risco e outro de vítimas. O assunto será debatido na reunião de conselho da mineradora.
As ações da Vale se valorizaram 9% ontem, refletindo a perspectiva de redução de produção anunciada.
Cresce, no mercado, a crença de que quem deve ser criminalizado pela tragédia de Brumadinho são os negligentes que não seguiram os procedimentos de monitoramento.
Barragens, pelo que se sabe, não rompem sem avisar!
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