Paulo Guedes, na sua última conversa com investidores antes de Jair Bolsonaro pedir silêncio - aconteceu na gestora GPS, terça-feira -, fez observação bastante significativa.
Informou ser possível que o candidato do PSL, caso vença o pleito, ajude Temer a aprovar a reforma da Previdência antes do fim do ano. "Se ele fizer isso, e é bom para ele fazer isso, o avião que vamos pegar não cai na minha cabeça", atirou, duvidando de que o sucessor de Temer, qualquer que seja, consiga votar a reforma no primeiro trimestre.
E o problema dos militares?, perguntaram. "Ele deve resolver", assegurou Guedes.
Em outro momento, o economista explicou aos presentes como é que Bolsonaro enxerga os temas econômicos: "Perguntei por que ele mata aula de temas econômicos para caçar votos".
A resposta foi: "Você acha que vou ganhar a eleição por quê? Justamente porque mato aula para caçar votos".
Segundo Guedes, o raciocínio de Bolsonaro é simples: "Eu não entendo desse troço." Portanto, delega.
"Sabe o que o Geisel fez? Ele virava pro ministro e dizia, eu quero assim, vai lá e faz. Militar é respeitador, cada um tem seu espaço. Não vai ter uma indicação política. Não vai ter um governador ligando dizendo que quer diretor na Caixa Econômica".
O futuro ministro da Fazenda, caso Bolsonaro vença o pleito, contou também como foi sua primeira conversa com o presidenciável - já marcada com a informação de que ele queria sua ajuda no programa de governo. "Disse a ele que, antes de me sentar na cadeira para trocar ideias, precisava avisá-lo de que estava ajudando o Luciano Huck".
Ao que Bolsonaro teria respondido: "Antes de me sentar também, vou lhe dizer: já gostei de você".
Leia mais notas da coluna:+ Novo espera para ver se apoia alguém no 2.º turno+ Paulo Guedes cancela participação em evento da XP