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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Domingo D

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Por Sonia Racy
Atualização:

Já passava da meia-noite quando terminou o último debate do primeiro turno, promovido pela TV Globo, anteontem, no Projac, em Jacarepaguá, Rio. Dilma mal conseguia disfarçar seu tédio diante da obrigação de atuar, optando por posição praticamente estática quando fora do foco das câmara. Serra, por sua vez, se esforçou para se manter de pé mas não resistiu a alguns momentos de descanso e sentou. Marina, turbinada pela adrenalina proveniente da sua subida nas pesquisas, era talvez a mais energizada dos três. Só perdeu para a vitalidade do "animador" do auditório: Plínio de Arruda Sampaio e seus 80 anos.

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Segundo bem observou o convidado especial do PT Joãosinho Trinta, faltou espírito. E bota espírito nisso. "Somos feitos de mente, espírito e corpo. É o espírito que comanda tudo e ele não compareceu". Engessados pelos seus respectivos marqueteiros, Serra, Dilma e Marina não ousaram se arriscar. Cumpriram a risca o roteiro estabelecido pela ditadura dos trackings, pesquisas qualitativas e quantitativas. Já Plínio, do alto de seus 1% de intenção de votos, expôs seu melhor papel: a caricatura de si mesmo.

Quem perdeu foi o eleitor-televisivo ávido por informações que pudessem balizar seu voto. Reflexo disto, a cotação do Ibope. De 30 pontos de audiência no começo do programa caiu para quase 20 pontos ao término do pseudo-embate devidamente aplaudido tanto por João Santana, Luiz Gonzalez bem como por Paulo de Tarso. Os marqueteiros propagavam análises de aprovação da performance de seus respectivos pupilos.

A plateia foi dividida em cinco arenas: quatro para convidados dos candidatos e uma para os da Globo. Diferente do que ocorreu na Record, a claque de Serra compareceu em peso. Contou com Monica Serra, Deuzeni e Alberto Goldman, Aécio, Sérgio Guerra, Kassab, dona Lu e Alckmin, Guilherme Afif, Rodrigo Maia, Roberto Freire, Andrea Matarazzo, Jutahy Magalhães, Ronaldo Cezar Coelho, Marcio Fortes, Caio Sergio de Carvalho e Indio da Costa. A de Dilma incluiu Sergio Cabral, Palocci, José Eduardo Cardozo, Moreira Franco, Márcio Fortes, Mangabeira Unger, Marco Aurélio Garcia e Temer. Marina chegou com praticamente uma floresta: Fábio Feldmann, Eduardo Giannetti, Neca Setubal, Ricardo Young, Gabeira, Alfredo Sirkis e Guilherme Leal. Entretanto, eleita a turma mais "animada", a de Plínio.

Marca geral? A exaustão geral e irrestrita. Exemplo: enquanto Palocci cochilou várias vezes, Kassab dormiu do lado oposto do recinto.

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Dois momentos punks: Dilma tropeçou e mencionou "registramos todas doações oficiais''. Já Serra lançou ''hidroaviões para combater incêndios". Disputa por Deus: tanto Dilma quanto Marina lembraram de lhe agradecer ao final.

Curiosidade: esperando o debate começar, candidatos e convidados foram brindados com os últimos minutos da novela Passione no telão. Personagens debatiam ali tema intrigantes: como descobrir quem era o autor de cartas anônimas com revelações que podem dar novo rumo à história de Betty Gouveia, interpretada por Fernanda Montenegro.

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