Sonia Racy
30 de março de 2011 | 23h10
Acostumado a ver a morte passar por sua porta – se é que alguém se acostuma com isso algum dia – Paulo Hoff, oncologista que acompanhou José Alencar nesses 14 anos, estava arrasado ontem. “Perdi um amigo”, resumiu o médico que, como outros da sua equipe, bem como da equipe do próprio Sírio-Libanês, está de luto.
Qual lição o senhor tira de ver alguém enfrentar esta doença com tanta coragem e transparência? “Primeiro, que independentemente de cargos, existem pessoas humildes, honestas, patriotas e humanas”, pondera. E emendou: “Ele mostrou que o câncer não é um tabu e pode ser enfrentado. Isso tem que ser um exemplo”.
Os familiares consideram que o senhor foi o responsável pela sobrevida do ex-vice, concorda? “Digo que é uma parceria. Ele tinha muita vontade de viver, e sem isso o tratamento não teria sucesso”.
Ele se despediu de vocês? “Da maneira dele sim, sendo muito gentil e carinhoso”, conta o médico, que nas últimas duas semanas ia regularmente à casa de Alencar. “Ele não vai deixar só saudades, mas também boas memórias”, conclui.
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