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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

DIRETO DA FLIP

Por Sonia Racy
Atualização:

 

Pouco antes do show de abertura da Flip, Leninerecebeu a coluna no camarim - uma simpática casa à beira do rio em Paraty. Empolgado, falou sobre música e literatura.

Como surgiu o convite?

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Me senti honrado. Entendo como um reconhecimento do meu trabalho. O fato de associar a festa com o que eu faço só mostra que a palavra é fundamental.

Seu disco se chama Chão. É uma palavra da qual você gosta muito. Por que?

Tenho paixão por esse monossilábico nasal, onomatopeico e pela questão do som. O "ão" existe só no Brasil com essa profundidade sonora. Nem os portugueses conseguem pronunciar. Antes de ter as canções feitas, eu já sabia que o disco ia se chamar chão.

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As histórias das músicas do disco são interligadas, como em um romance?

Isso é uma analogia que eu sempre fiz - da música com literatura. Sempre achei que um disco de um "cantautor" é uma coletânea de contos. Uma antologia. E Chão eu reivindico como um romance. Foi uma canção única. O disco não tem nenhuma repetição de letra e nem de refrão, tudo foi criado com um relevo. Na verdade, tem um discurso ali.

O homenageado da Flip esse ano é Carlos Drummond de Andrade. Você é fã do poeta mineiro?

Eu sou um fã da palavra. No universo da poesia quem popularizou o verso livre foi Drummond. Você entende muito mais um Vinicius depois de compreender um Drummond./MARILIA NEUSTEIN

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