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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Daniela Mercury faz hoje pocket show em varanda de prédio residencial em Salvador

Por Sonia Racy
Atualização:

Daniela Mercury. Foto: Daniel Teixeira

Uma das músicas de Daniela Mercury diz que "está proibido carnaval neste País tropical". A cantora, então, faz show hoje na varanda de um prédio residencial em Salvador em dois horários: às 18h30 e 20h30. Ao todo, 15 artistas de primeira grandeza do axé - como Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Olodum participam da programação da Devassa, eletrizando sacadas pela capital baiana em meio à pandemia de covid-19. Os shows, surpresas, terão duração relâmpago. Serão 15 minutos, sempre voltados para outros edifícios, de maneira a evitar aglomerações nas ruas. Serão transmitidos pelas redes sociais da marca com captação por drones. A seguir os principais trechos da entrevista com Daniela Mercury.

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Com a sua extensa carreira de puxar trio elétrico, como é fazer show na varanda? A ideia de cantar na varanda é linda e delicada. Me lembra o que aconteceu em vários países, como na Itália. As pessoas cantarem e tentarem se conectar através das janelas e aconchegar o outro. Eu estou muito feliz em fazer isso. E ainda lembra um trio elétrico porque é um lugar inusitado. Chegar assim de repente e fazer e não dar tempo de juntar gente, porque o show é pequeno.

Como escolheu as músicas e adaptou seu show para este novo formato? Eu adaptei o show pensando nas canções que têm pergunta e resposta. Isso é muito característico das músicas baianas. Você pergunta "Quem é que sobe a ladeira?" E todo mundo responde "do Curuzu". Escolhi clássicos meus, que em qualquer circunstância as pessoas vão identificar.

A folia online pode ajudar as pessoas na pandemia? Alegria cura. Por isso que acho que o carnaval tinha que chegar para as pessoas online, já que não pode ser feito de outra maneira. É uma festa leve, vibrante, para pular em casa, para as crianças se fantasiarem. É importante fazer isso porque está todo mundo muito tenso. Então o carnaval é para espantar a tristeza.

O que você tem a dizer para os foliões que querem carnaval como nos bons tempos? Digo que isso não é possível. Que é desrespeitoso se aglomerar. E que isso não tem o espírito do carnaval - uma festa onde todos se respeitam. Estamos na luta pela vacina ainda. Então nossa grande marchinha de carnaval é "vacina já, vacina sim, vacina ali, vacina lá, eu quero me vacinar". Eu fiz até uma marchinha pra isso.

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Como diz a letra da sua música, está proibido o carnaval neste País tropical? É interessante né? Os artistas são espíritos do tempo mesmo. Porque eu previ que o carnaval ia ser proibido. Na verdade a música fala de uma suposta proibição por atos antidemocráticos e por autoritarismo, obscurantismo que está implícito na letra da canção. Foi o que eu estava preocupada.

Como você está se cuidando nesta pandemia? Passamos parte do tempo em Salvador e depois fomos para outra casa na Estrada do Coco, que é mais isolada e pra variar um pouco de lugar por causa de nossas filhas que moram conosco: Marcia, Alice e Bela. Fiz poucos trabalhos com extremo cuidado. Estou isoladíssima até hoje. Trabalhei para as minhas lives. Neguei dezenas de trabalhos que iam me expor.

Como será o carnaval pós-pandemia? Vai ser espetacular, uma explosão de alegria, uma catarse coletiva. Um momento da gente se sentir livre. Vai ser o carnaval que a gente mandou a doença embora, expulsamos a covid-19. Então vai ser o carnaval da ressurreição, da revanche. / PAULA BONELLI

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