Depois da discussão que teve com Roberto Justus em um grupo de sete amigos no WhatsApp sobre a disseminação do coronavírus no Brasil, Marcos Mion falou com exclusividade à coluna a respeito do episódio.
"Não tem briga entre o Roberto e eu. Estávamos discutindo saudavelmente com outras pessoas envolvidas. Ele sendo Roberto Justus e eu sendo quem sou. Ele é um dos maiores empresários da história do nosso País e sabe calcular estatísticas e ver números. Ele tem a visão empresarial", disse.
No áudio vazado, Justus contestou a veracidade da informação e disse estar "absolutamente contra" a informação divulgada no vídeo. "Trata-se de um cenário de histeria".
"O Brasil é tão abençoado por Deus que aqui vai matar um milhão... Em nenhum lugar no mundo! Quando você faz um argumento desses não dá nem pra discutir. É uma desinformação tão grande. Sem querer te ofender, pelo amor de Deus, respeito seus pensamentos, mas você está totalmente errado", disse Justus no áudio.
Mion - que desde o início da pandemia do Covid-19 tem feito vídeos e textos sobre o problema - esclareceu que defende em seus grupos particulares de conversa a mesma visão que propaga nas redes sociais.
"Estava tendo essa discussão com o Roberto e outros cinco amigos. O áudio do Roberto não é uma resposta a um dos meus vídeos, mas sim ao vídeo que coloquei no chat de autoria do Biólogo/Virologista Átila Iamarino, onde ele faz prospecções em cima de variáveis e uma delas, a mais extrema, conclui milhão de mortos. Não é uma opinião minha esse número. Discutíamos o vídeo dele, muitíssimo viralizado, aliás", explica.
Segundo Mion, sua principal preocupação é com a população - seus vídeos são publicados para 12,3 milhões de seguidores no Instagram e 13,3 milhões no Twitter.
"Eu não consigo enxergar números ali, pois tenho conhecimento do desespero das comunidades, vejo o medo real no olhar de senhores e senhoras de idade do grupo de risco", disse à coluna.
Em entrevista à Bandeirantes, após o vazamento do áudio, Roberto Justus explicou seu ponto de vista. O apresentador é a favor do isolamento de idosos e grupos de risco, mas é contra o que ele chama de "lockdown excessivo", referindo-se ao fechamento de comércios e proibição de outras atividades.
"As pessoas falam que eu me preocupo mais com o dinheiro do que com pessoas. É o contrário. Quem vai sofrer mais com a catástrofe econômica mundial? Vão ser os mais pobres, os mais carentes. A falta de emprego, a falta de alimento. Vocês sabem quantas crianças morrem no Brasil com problemas relacionados à fome? São mais ou menos 6 a 7 mil por ano. Faz a conta. Eu não vi parar o País por causa disso", afirma.
Mion enxerga as divergências entre ele e o colega como "saudáveis". "De qualquer forma, o mundo só evolui porque existem pensamentos conflitantes. As provocações, ruídos e pontos de vista diferentes, tudo isso faz a humanidade evoluir", explica.