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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Como discutir e levar a melhor, mostra livro Conflito

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Por Redação
Atualização:

Ian Leslie. Foto: Fran Monks

O debate político polarizado, em que a guerra de discursos penetrou em todos os espaços, até mesmo na família, motivou Ian Leslie, colunista de jornais como The Guardian, a produzir um guia sobre como ter uma discussão de forma saudável. O britânico aborda a arte do desacordo produtivo no livro Em Conflito que está sendo lançado no Brasil pela editora Latitude - a terceira obra dele na área de comportamento humano. A seguir, a conversa da coluna com o autor.

Pingue-pongue

De que modo o tema surgiu para você?

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Quando via a TV e o Twitter, encontrava tantos argumentos horríveis e tóxicos. As discordâncias são essenciais para a saúde da sociedade e o pensamento inteligente. O livro veio para ensinar como ter melhores discussões - aquelas que nós podemos aprender e crescer.

Por onde começou a preparar o guia?

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Eu fiz muita pesquisa na psicologia e na neurociência do conflito, com profissionais que participam de conversas tensas, adversas e difíceis para ganhar a vida: negociadores de reféns, mediadores de divórcio, terapeutas e diplomatas. Encontrei semelhanças entre os desafios enfrentados por eles e os encarados por qualquer um na vida cotidiana, nas discussões com filhos adolescentes, com o chefe. As negociações nunca são apenas uma questão de lógica: valores e auto imagem sempre estão em jogo.

E as habilidades necessárias para discutir com quem pensa diferente?

No livro eu listei uma série delas. Recomendo explicar o problema para a pessoa. Se ela não entender a situação, vai se sentir insegura, se comportar de forma raivosa e até irracionalmente.

Há efeitos no corpo durante um conflito?

O peito aperta, a frequência cardíaca fica agitada e a pressão sobe. A reação é procurar alguma maneira de encerrar a conversa, incluindo atacar a outra pessoa.

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O referendo do Brexit - que selou a saída do Reino Unido da União Europeia - mostrou situações de polarização política. O Brasil também vive esse tipo de conflito.

Sim, é preciso lidar com isso, mostrando que você está interessado no que a pessoa "do outro lado" tem a dizer. Se for pela via do desprezo, ela vai simplesmente retribuir. Então faça um esforço para mostrar seu respeito pelas pessoas, mesmo quando for difícil. Seja curioso sobre o porquê eles acreditam no que acreditam. Então perceba o que acontece...

/ PAULA BONELLI

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