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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

Aula para político

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Por Sonia Racy
Atualização:

Wagner Moura ( Foto: Marília Neustein/Estadão)

De férias com a família em Paraty, Wagner Moura foi assistir à mesa Brasil: Uma Aula, de Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, e depois falou à coluna. O foco maior, na exposição das duas historiadoras, foi no período da escravidão.

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O tema da mesa foi impactante, falou-se de escravidão e não havia um negro na plateia. O que achou?

É exatamente dessa questão que elas tratavam. De como a escravidão permanecerá por muito tempo ainda como característica nacional, como diria Joaquim Nabuco, gravado por Caetano Veloso. Achei que elas se dividiram muito bem: a Lilia falando da escravidão e a Heloisa dos direitos civis, da liberdade e seus correlatos. A mim, particularmente, me interessa muito entender as condições do País, a vida das gerações anteriores.

Como assim?

O filme que eu vou fazer sobre o Marighella é uma tentativa de entender também não só as gerações passadas, muito mais comprometidas com um ideal de utopia, de liberdade, de direitos igualitários, como também outras revoltas que elas citaram, como a dos alfaiates, a dos Palmares.

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A nossa educação escolar explora pouco essa história?

Sim. É impressionante saber que Palmares tinha 20 mil pessoas quando o Rio tinha 7 mil. Então, é procurar entender essas rebeliões. O Brasil, como um país originalmente desigual e injusto, tem esses momentos de insurgência e revolta como capítulos fundamentais da sua história, independentemente de ideologias e motivações. Por isso é que acho importante esse filme que eu vou fazer.

Nesse contexto, como você vê a aprovação da redução da maioridade penal?

O episódio é sintomático do que é o Brasil hoje. Do momento que vivem o País e o Congresso Nacional, dessa pauta conservadora, atrasada. Acho que o Congresso tinha que vir aqui assistir a essa aula. / MARILIA NEUSTEIN

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