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Anderson Baumgartner revisita sua trajetória cheia de obstáculos até virar agente de famosos

Por Direto da Fonte
Atualização:

 

Anderson Baumgartner. Foto: Way Model

De órfão necessitado a empresário de sucesso. Anderson Baumgartner, fundador das agências Way Model e Way Star, cuida hoje de nomes como Mônica Martelli, Tatá Werneck e Sasha Meneghel, e de supermodelos como Alessandra Ambrósio, Carol Trentini, Marlon Teixeira e Candice Swanepoel. Ele também já trabalhou com um dos seus grandes amigos o ator Paulo Gustavo - que foi uma das mais de 660 mil vítimas da pandemia de covid no Brasil.

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Foi depois de muita análise e de perder Paulo Gustavo, que Dando, como é chamado pelos colegas e profissionais da moda, resolveu escrever sua história. "O Paulo sempre me incentivou a contar a minha história, também foi por causa dele que abri a Way Star, braço na agência para cuidar de atores e influenciadores", disse.

O empresário prepara uma autobiografia, ainda sem data de publicação, contando sua trajetória, cheia de obstáculos, superação e sorte. Quando tinha apenas dez anos, ele perdeu seus pais, situação que o colocou forçadamente na condição de cuidador de outras crianças. "Meu irmão mais velho, na época com 18 anos, me tirou da escola para cuidar das filhas da namorada dele", contou à repórter Sofia Patsch, enquanto bebia um dos vários cafezinhos que toma durante o dia. "Sou viciado em café", ele explicou.

O cenário começou a mudar quando Dando foi adotado por uma nova família, que o tirou da condição de cuidador de crianças para voltar a estudar. "A minha sorte foi que além de ganhar uma nova família, ganhei um irmão, um companheiro de vida". O empresário se refere ao renomado fotógrafo de moda, Fábio Bartelt, casado com a modelo Carol Trentini, sua agenciada e amiga pessoal. "O Fábio e a Carol são minha família, sou padrinho dos dois filhos deles", conta emocionado. Confira a seguir os melhores trechos da entrevista.

Por que decidiu abrir sua história para o público?

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Foi depois de muita análise e de perder meu grande amigo Paulo Gustavo para a covid-19. Ele sempre me incentivou a contar tudo que me aconteceu, até para trazer esperança para meninos e meninas que estão em situações difíceis em suas cidadezinhas, sem perspectiva de um futuro melhor. A mensagem que eu quero passar é que tudo pode mudar, há sim esperança.

Foi também por causa do Paulo Gustavo que começou a agenciar atores e influenciadores. Você já era amigo dele antes de se tornar seu empresário? Conte-nos.

Sim, foi muito antes. Ele sempre me pedia pra cuidar da imagem dele e eu sempre fugia, falava que cuidava de modelo, não de celebridade. Até que em 2018, durante uma viagem de casais ao Leste Europeu, ele me convenceu. Voltei para o Brasil e abri o novo braço da empresa, a Way Star - nome que o Paulo ajudou a escolher. Meus dois primeiros clientes foram o Paulo e a Monica Martelli, que segue comigo até hoje.

Então já começou a nova agência com nomes fortes do showbiz.

Sim, lembro que logo depois que abri a Sasha (Meneghel) me escreveu pedindo para cuidar dela, na hora respondi que sim, acompanho ela desde que nasceu. E assim fomos montando nosso novo braço, sou muito feliz com ele, amo trabalhar com essas pessoas queridas.

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Qual foi a maior diferença entre só cuidar de modelo, top model, e passar a cuidar de influenciador e ator?

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Os atores e influenciadores já chegam na agência grandes, não precisamos direcioná-los, já são celebridades, sabem como funciona, qual é o segredo. Já os modelos não, temos que ensinar essas pessoas a serem grandes. E quando a modelo já é muito grande, a gente ensina a ser uma celebridade.

A carreira das modelos mudou muito com a chegada das redes sociais e influenciadoras. Como é cuidar da carreira de uma top hoje em dia?

Antigamente as modelos eram manequins, entravam mudas e saiam caladas do estúdio. Elas não falavam, não tinham voz. Hoje não, elas têm que ter voz. Os clientes querem pessoas engajadas, que agreguem valor à marca deles. Não adianta mais ser só bonita ou bonito. Não adianta. Tem que ter algo mais.

E o estereótipo da modelo também mudou...

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Exato, imagine que venho de uma época que a mãe me parava na rua para falar da filha, hoje tem filhas que me param para falar da mãe. Olha que maravilha. Hoje o mercado absorve essas pessoas, elas têm espaço, têm voz, podem falar, estar ali, representando uma marca. É muito legal essa virada da moda. l

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